Muitas notícias falsas estão circulando nas mídias sociais a respeito das vacinas contra Covid-19. Uma delas é a de que as que contêm RNA podem alterar o DNA humano ou até mesmo causar câncer.
Essas informações são boatos infundados que podem ter efeitos negativos para a contenção da doença, pois podem deixar as pessoas vulneráveis à desinformação.
Como funcionam as vacinas que contêm RNAm
Elas usam o código genético do vírus da Covid-19 para produzir, de forma sintética, o chamado RNA mensageiro (RNAm), formulado em partículas lipídicas que permitem a entrega do RNA nas células hospedeiras (de quem recebe a vacina).
No RNAm estão as instruções para que as células produzam determinadas proteínas, neste caso, a proteína S (Spike), encontrada na superfície do SARS-CoV-2. Nosso sistema imunológico reconhece essa proteína como “estranha” e, caso ocorra uma exposição real ao vírus, anticorpos que combatem a Covid-19 são produzidos.
Essa técnica, na qual apenas um pedaço de material genético é usado ao invés de todo o vírus, nunca havia sido aplicada anteriormente.
Vacina de RNAm X medicamentos com material genético
Um comunicado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi publicado no dia 07/01/2022 por conta de informações falsas sobre as vacinas contra Covid-19 serem consideradas produtos de terapia genética.
O documento esclarece que as vacinas que empregam em sua tecnologia o RNAm não são produtos de terapia gênica, definidos como medicamentos que contêm material genético, manipulados em laboratório, para tratamento de doenças genéticas ou relacionadas, como cânceres ou doenças neurológicas e musculares. Além disso, eles possuem requisitos regulatórios definidos pela Anvisa diferentes dos das vacinas.
O RNAm da vacina não penetra o núcleo das células
A vacina de RNAm simula o processo que ocorre no corpo de uma pessoa que realmente contraiu a doença, mas de uma maneira que não possibilita a infecção de quem está sendo vacinado, apenas educando o organismo sobre como responder àquele invasor.
As células de quem recebe a vacina produzem a proteína característica do vírus e induzem uma resposta imunológica sem interagir ou interferir com os genes humanos. Ainda, o RNAm nunca entra no núcleo da célula onde nosso material genético (DNA) está localizado, além de ser uma molécula transitória que é rapidamente degradada nas células após produzir as proteínas imunizantes.
Portanto, vacinas que contêm RNA não alteram ou interagem com o DNA humano de forma alguma.
Referências: