O farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível à população. Diante de uma pandemia causada por um vírus respiratório altamente contagioso e cujas formas de combate ainda são imprecisas, o papel de quem orienta o paciente é essencial. Da pesquisa ao atendimento no balcão, mais de 18,5 mil trabalhadores da área continuam atuando durante a quarentena no Paraná, e mais de 220 mil em todo país, ainda que, para isso, tenham que colocar em risco a própria segurança.
Mas qual o papel do farmacêutico em meio a pandemia? O farmacêutico sempre teve a função de contribuir com a sociedade não só por meio de conhecimento técnico, mas também de uma abordagem humanizada, agora mais do que nunca. Cada notícia que surge sobre a doença de alguma maneira afeta o setor farmacêutico, mais diretamente a rotina nas farmácias, já que a população vai até elas em busca de medicamentos ou informações.
Orientar sobre a doença, sobre como prevenir e desmistificar boatos aos que buscam tirar dúvidas é tão fundamental neste momento, quanto a busca pela cura.
Além de que, o conhecimento correto repassado pelo farmacêutico sofrerá um efeito cascata muito positivo, uma vez que cada pessoa informada, vai conversar com outras e repassar as informações corretas.
Nesse cenário de inseguranças, novidades por minuto e recomendações sendo modificadas a todo momento, o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná – CRF-PR tem disponibilizado informações para auxiliar os profissionais nas tomadas de decisão e otimizar essa função educativa.
“Desde que os casos do novo coronavírus se alastraram pelo mundo, o CRF-PR prontamente passou a adotar ações a fim de fornecer ferramentas para auxiliar o farmacêutico no enfrentamento dessa pandemia. Foram disponibilizados materiais técnicos, publicações voltadas à população, esclarecimentos à imprensa, além de ações junto às autoridades sanitárias, farmacêuticos e entidades representativas da categoria e do setor”, relata a presidente do CRF-PR, Dra. Mirian Ramos Fiorentin.
Um dos profissionais mais expostos à COVID-19
A exposição dos profissionais da área da saúde é outro ponto, em meio a tantos outros, que tem sido alvo de discussões, questionamentos e principalmente: motivo para reconhecimento. É o caso, por exemplo, dos farmacêuticos que atuam na área hospitalar, são 1.345 profissionais no estado que estão na linha de frente do enfrentamento, senão diretamente com pacientes infectados, estão inseridos em um ambiente onde o perigo de contaminação é iminente.
O mesmo acontece com os farmacêuticos dos laboratórios de análises clínicas, que, por meio de resultados de exames, apoiam cerca de 70% das decisões clínicas. São 450 laboratórios de análises clínicas de propriedade de farmacêuticos no Paraná. Assim como as farmácias, esses estabelecimentos nunca fecharam as portas!
Já as farmácias comunitárias são apontadas como um dos estabelecimentos mais procurados durante a pandemia. Com o aumento da contaminação e em caso de sintomas leves da doença, confirmado o diagnóstico ou não, as pessoas acabam recorrendo às farmácias. Mais de 70% dos farmacêuticos do Paraná atuam nessa área e ficam expostos à contaminação, bem como os atendentes e outros profissionais que atuam nas farmácias.
O perigo ronda todas as mais de 130 especialidades de atuação do farmacêutico, da pesquisa e desenvolvimento, registro, indústria, dispensação, laboratório, à distribuição e transporte de medicamentos.
De acordo com o Ministério da Saúde, os casos notificados de suspeita de Covid-19 entre farmacêuticos representa quase 2% do total dos mais de 100 mil profissionais de saúde que foram classificados como possíveis infectados pela doença. O levantamento aponta que há 31.790 casos confirmados. Mas, uma pesquisa divulgada pelo IBGE (junho/2020), esse número é provavelmente muito maior.
Em meio a este cenário, como forma de reconhecimento, respeito e agradecimento a todos os farmacêuticos, o CRF-PR, neste 25 de setembro, Dia Internacional do Farmacêutico, realizou uma campanha para enaltecer a atuação dos profissionais com o tema: “Quando tudo parou, eles seguiram em frente”. “Por entender a grandiosidade da responsabilidade do farmacêutico, pela representatividade e empatia ao próximo, neste momento, sua atuação é de extrema importância. Usando sua formação e conhecimento para garantir saúde à população, combatendo o medo e a desinformação com profissionalismo e respeito, colaborando na busca de soluções para minimizar os efeitos dessa pandemia duradoura”, destacou a presidente.
* PROFISSIONAIS DE SAÚDE
– No recorte de profissionais de saúde, são 5.220 infectados desde o começo da pandemia, com prevalência de casos entre enfermeiros e técnicos de enfermagem (2.488), médicos (529), farmacêuticos (169) e dentistas e ortodontistas (140). *Dados SESA-PR
CRF-PR: Afastamento de profissionais por motivos de saúde
2020 – 865
2019 – 479
2018 – 365
