Se você reparar bem, perceberá que, à medida que o tempo passa, tudo fica mais moderno e consequentemente, muito do que utilizamos no cotidiano logo se torna acervo de museu. Parece assustador, mas rebobinando o passado identificamos que quase nenhuma criança de 10 anos sabe hoje para que serve um disquete, um pager, um VHS e tantos outros objetos que marcaram época como inovações tecnológicas inovadoras.
Porém, não são somente os objetos que se tornam obsoletos, alguns costumes, tradições e até as profissões seguem pelo mesmo caminho. Despertador humano, datilógrafo, caçador de ratos, vendedor de enciclopédias, projecionista de cinema e cortador de gelo foram algumas das carreiras que dissiparam com o tempo. O motivo? A simples falta de necessidade. O ser humano, com o desenvolvimento social, econômico e tecnológico, necessita a cada momento de novas peculiaridades. Ninguém imaginaria, no início do Século XXI, que robôs aplicariam anestesia, criptomoedas funcionariam como recurso financeiro e transportes seriam autônomos. Mesmo assim, os exemplos citados já estão em funcionamento com uma gama gigantesca de possibilidades.
As profissões milenares passam por um grande desafio com as tecnologias emergentes. Adequar-se não é uma escolha e sim, uma obrigação. A Farmácia tem uma longa história e inquestionáveis conquistas para a saúde da população, mas será que continuará fundamental nos próximos anos? A valorização de uma profissão vai muito além da defesa por parte de entidades reguladoras, instituições, órgãos públicos e parlamentares. Na verdade, tudo gira em torno de um personagem central: o profissional.
O farmacêutico é primordial em diversos quesitos e suas mais de 100 áreas de atuação deixam isso claro. Segundo pesquisa do E-commerce Brasil - 2018, o setor farmacêutico tem um futuro bastante promissor, devido a fatores demográficos, comportamento da população e inovações das indústrias e varejistas. Um exemplo será a quantidade de idosos participantes da pirâmide etária brasileira. O número, segundo estimativas, dobrará em menos de 20 anos, saltando de 4% para 17%, aumentando a procura por medicamentos e serviços farmacêuticos.
A Farmácia do futuro será ainda mais diferente da atual e só estará fortalecida se for defendida pelos profissionais atuantes. Em seu papel como órgão fiscalizador, nos últimos anos, o CRF-PR tem melhorado sua atuação, adotando estratégias orientativas e participativas, incluindo o farmacêutico nas decisões sobre os rumos da atividade profissional. “Lutamos pela defesa da categoria. Com as inovações tecnológicas, precisamos ainda mais mostrar o quanto o farmacêutico é importante à saúde da população. Se o cidadão entender que somos fundamentais, não haverá questionamentos sobre nossa necessidade”, destacou Dra. Mirian Ramos Fiorentin – Presidente do CRF-PR. Dados mostram que as mudanças no CRF-PR já têm causado alterações no panorama da profissão no Paraná. Um exemplo é a expansão de áreas de atuação com responsabilidade técnica registradas no CRF-PR, que tendem a crescer ainda mais no futuro:
Uma maneira de resguardar a sociedade e enaltecer o papel e importância do farmacêutico ético e habilitado é a fiscalização do exercício profissional. Esse é o instrumento mais efetivo para a execução de mudanças que a profissão necessita, identificando falhas e implantando melhorias para se adequar à realidade dinâmica do exigente mercado farmacêutico, que requer profissionais cada vez mais qualificados. O CRF-PR lançou, no começo de 2019, o projeto “Profissão Forte” com o objetivo de esclarecer dúvidas dos profissionais acerca da fiscalização e buscar a união entre os profissionais e o Conselho. “Trabalhamos com o lema ‘Juntos Fazemos Mais’, exatamente para mostrar aos farmacêuticos que o futuro da nossa profissão está em nossas mãos. É preciso conscientizar para mostrar que a fiscalização garante assistência farmacêutica a toda população, mais empregos e concorrência leal com estabelecimentos regulares”, afirmou o Dr. Márcio Augusto Antoniassi, Vice-Presidente e Diretor do Departamento de Fiscalização do CRF-PR. Atualmente o CRF-PR é um dos Estados com a maior proporção no número de profissionais e empresas registradas.
Em 2018, o CRF-PR realizou 41.715 inspeções em Farmácias Comunitárias, Manipulação, Públicas e Hospitalares, uma média de 4,65 inspeções por estabelecimentos. Dessas, somente em 2.437 houveram auto de infração lavrados, ou seja, menos de 6% das fiscalizações identificaram algum tipo de descumprimento à legislação. O dado mostra que o CRF-PR atua firmemente para garantir o direito legal da população a ser atendida por um farmacêutico capacitado e esse profissional, em sua maioria, está presente e pronto para zelar pelo bem-estar do paciente, auxiliando sobre o uso correto dos medicamentos.
“O CRF-PR possui grande importância tanto para a sociedade quanto para os farmacêuticos. A fiscalização, principal função do Conselho, é essencial para a proteção e a manutenção dos benefícios sociais em relação aos serviços oferecidos pelos farmacêuticos, além de garantir que eles sejam prestados por profissionais devidamente habilitados para assegurar o bem-estar e a segurança da sociedade diante da prática farmacêutica”, enfatizou o Gerente da Fiscalização do CRF-PR, Dr. Eduardo Pazim. “Se durante a inspeção o fiscal identificar que não há nenhuma infração, o farmacêutico continuará realizando o seu trabalho, sempre contando com o suporte orientador dos fiscais. No ano de 2019, mais de 13.000 inspeções tiveram orientações realizadas em busca da consolidação de uma efetiva assistência farmacêutica no Estado”, concluiu.
Desde a aprovação da Lei 13.021/2014, o Departamento de Fiscalização vem se adequando à norma que introduziu novos quesitos a serem fiscalizados, em especial os serviços clínicos e orientações que os farmacêuticos devem repassar ao paciente/usuário. Vale destacar ainda que o CRF-PR exerce importante papel na promoção de eventos, palestras e cursos e na divulgação de informações acerca do exercício profissional, tudo para preparar o profissional para as mudanças que a profissão sofrerá no futuro.
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