No mês de maio, quando se comemora o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos,
os Conselhos de Farmácia realizarão pesquisa em busca da resposta
Os problemas causados pelo uso de medicamentos, além de graves, custariam R$ 60 bilhões ao ano para o Sistema Único de Saúde – SUS. É o que aponta o estudo do farmacêutico, Gabriel Freitas, (UFRGS/2017). Ainda de acordo com o seu trabalho, a cada real investido no fornecimento de medicamentos, o governo gastaria cinco reais para tratar as consequências negativas. As mais onerosas seriam as causadas por reações adversas (39,3% dos gastos), pela não adesão ao tratamento (36,9%) e pelo uso de doses incorretas (16,9%). Metade dos casos poderia ser evitada com uma supervisão mais cuidadosa e efetiva dos tratamentos. Atentos ao problema, os Conselhos de Farmácia se uniram em uma campanha nacional de promoção da adesão às terapias medicamentosas e ao seu uso seguro e racional. A iniciativa é em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, 5 de maio.
O público-alvo da campanha não foi escolhido por acaso. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 70% dos pacientes com hipertensão, diabetes ou dislipidemias – em sua maioria, usuários de vários medicamentos –, não conseguem controlar suas doenças mesmo tendo diagnóstico e prescrição de médicos. Em outro estudo, o órgão apurou que 82% dos pacientes que utilizavam 5 ou mais medicamentos de uso contínuo o faziam de forma incorreta ou demonstravam baixa adesão ao tratamento. Um em cada três pacientes abandonou algum tratamento, 54% omitiram doses, 33% usaram medicamentos em horários errados, 21% adicionaram doses não prescritas e 13% não iniciaram algum tratamento prescrito.
Além de promover a conscientização da população sobre a importância do acompanhamento farmacêutico para a prevenção de danos e o uso seguro dos medicamentos, os Conselhos querem utilizar a campanha para contribuir de forma mais efetiva para a reversão dessas estatísticas. Durante todo o mês de maio, os voluntários engajados na iniciativa buscarão serviços públicos de saúde, como as UBSs e as farmácias públicas, para verificar se pacientes polimedicados têm acesso e aderem ao tratamento medicamentoso ou não.
A proposta é envolver, também, os farmacêuticos dos serviços onde será feita a coleta dos dados, para que eles, ao entrevistar seus pacientes, tenham uma melhor compreensão do problema, e consigam traçar estratégias para resolvê-lo. O estudo será feito em 24 das 27 unidades federativas, no Paraná o questionário será aplicado em 15 municípios. “O farmacêutico, por sua formação, pode colaborar ainda mais com o sistema de saúde, supervisionando os tratamentos para evitar problemas e aumentar a adesão”, destacou a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná - CRF-PR, Mirian Ramos Fiorentin.
A expectativa é divulgar o resultado durante o Congresso do Conselho de Secretários Municipais de saúde, em julho. Os conselhos de Farmácia esperam sensibilizar os gestores públicos. “É uma iniciativa que visa à melhoria da qualidade da assistência à saúde e também racionalizar gastos do sistema público”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.
Confira a campanha em todo o Estado:
> UMUARAMA:
Data: 03/05/2017 (quinta-feira)
Horário: 7h30 às 11h
- Aferição de pressão arterial,
- Verificação da glicemia capilar,
- Antropometria e
- Orientações sobre o descarte correto e uso racional de medicamentos.
- Aferição de pressão arterial,
- Verificação da glicemia capilar,
- Orientações sobre o descarte correto e uso racional de medicamentos.