Nesta quarta feira, dia 11 de abril, representantes do Fórum dos Conselhos Profissionais da Área da Saúde (FCFAS) e dos conselhos federais de Farmácia (CFF), Enfermagem (COFEN), Nutrição (CFN) e dos Técnicos em Radiologia (CONTER) foram recebidos pelo presidente da Confederação Nacional da Saúde (CNS), o farmacêutico Tércio Egon Paulo Kasten e pelo vice-presidente, médico Renato Merolli. Com a intermediação do CFF, o FCFAS alertou à entidade sobre a ameaça que a aprovação de mais de 600 mil vagas para cursos de graduação e técnicos a distância na área da saúde, pelo Ministério da Educação (MEC), representa à qualidade da assistência prestada aos usuários destes serviços. Os diretores da CNS disseram estar atentos ao problema e confirmaram que a CNS irá se manifestar e apoiar as ações que garantam a formação na área da saúde de forma presencial.
No início da reunião, a coordenadora do FCFAS, representante do COFEN, Ivone Martini de Oliveira, apresentou o contexto do movimento pela segurança do paciente nos estabelecimentos de saúde, que não alcançará resultados positivos com profissionais desqualificados, formados em cursos a distância. Ela frisou que os conselhos não são contra o EAD para outras áreas, mas entendem que, na saúde, o ensino a distância deve ser visto como ferramenta, e não como política educacional.
A representante do CFF, Zilamar Fernandes, expôs os dados atualizados sobre a rápida expansão do número de vagas nesses cursos a cada mês. O representante do CFN, Antônio Garcia, argumentou sobre a importância de uma manifestação dos principais empregadores associados à CNS, sobre a necessidade de profissionais qualificados. Ele frisou que graduação a distância deverá desencadear um crescimento no número de processos éticos e judiciais contra os empregadores, por danos causados por profissionais desqualificados.
O representante do CONTER, Lucas de Sá, falou sobre os Projetos de Leis que visam garantir a graduação nas profissões da saúde de forma presencial. Everton Borges e Hortência Tierling, também representando o CFF, reforçaram a importância e o impacto de uma manifestação da CNS. Eles reforçaram a necessidade de a CNS, como representante dos principais empregadores dos profissionais da saúde, se pronunciar em defesa da formação presencial na área da saúde, demonstrando os riscos para os empregadores frente aos profissionais formados a distância, sem as devidas práticas. Citaram o exemplo da formação nos cursos de farmácia, cujo currículo apresenta 70% de necessidades de aulas presenciais.
O vice presidente da CNS informou que os estabelecimentos já estão enfrentando dificuldades com a qualidade na formação dos profissionais de saúde. Segundo ele, muitos estabelecimentos já estão avaliando as competências práticas dos candidatos, antes de efetivar as contratações, sendo muito preocupante que o setor venha a receber pessoas formadas a distância. O presidente da CNS informou que tem acompanhado o movimento pela a qualidade na formação dos profissionais de saúde, e reiterou o apoio às as ações que garantam a formação na área da saúde de forma presencial. Ele afastou a possibilidade de os empregadores receberem profissionais formados a distância.
A reunião ocorreu na sede da CNS em Brasília. Os dirigentes da CNS se colocaram à disposição para ampliar as ações que busquem garantir a qualidade na formação dos profissionais da saúde. “Não podemos garantir serviços de qualidade sem não tivermos profissionais de saúde com qualidade”, disse o presidente da CNS ao final da reunião.