A Secretaria de Estado da Saúde lançou nesta segunda-feira (20), o Núcleo de Inclusão do Doador com Deficiência (NIDD) do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). A iniciativa, pioneira no estado, visa ampliar a acessibilidade de pessoas com deficiência física que desejam doar sangue e vai de acordo com a portaria nº 158 do Ministério da Saúde, a qual, em termos gerais, diz que todo cidadão tem direito a doar sangue caso tenha a intenção de realizar o ato.
“Não há motivos para impedir que alguém que queira doar sangue tenha a chance de fazê-lo. A doação é algo extremamente importante, que salva vidas e mostra que aqui no Paraná trabalhamos dentro do mais absoluto respeito com todos”, salientou o secretário de estado da Saúde, Caputo Neto.
Uma das funções do Núcleo é mostrar que todas as pessoas podem doar e serão tratadas igualmente, sendo submetidas às mesmas exigências legais que os doadores sem deficiência física. A chefe da divisão de Hematologia e Hemoterapia do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza, enfatiza que o primeiro passo é ouvir esta população e descobrir maneiras de ajudá-los a doar.
“Queremos deixar o Hemepar de portas abertas às pessoas com deficiência. Para isso retiramos todos os desníveis das calçadas ao redor da entrada da instituição e instalamos rampas de acesso para os cadeirantes. Além disso, estamos capacitando nossos servidores para falar em libras e traduzimos todos os documentos que explicam a doação para o braile”, destacou Liana.
Para que a pessoa com deficiência possa doar, é preciso que ela entre em contato com o Hemepar, por telefone, e agende um horário para realizar a triagem. O agendamento é necessário para garantir que o Hemepar possa atender adequadamente a pessoa com deficiência.
Acessibilidade
Diversos são os fatores que impedem e dificultam a adesão do deficiente físico ao grupo de pessoas que realizam o ato humanitário de doar sangue.
Para o presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Clodoaldo Zafatoski, muitos deficientes físicos têm sua limitação atrelada a algum outro tipo de deficiência, o que dificulta ainda mais o acesso. Alguns têm sim a capacidade de doar e a vontade de ajudar, mas até então não existia acessibilidade para isso.
“É preciso buscar o diálogo entre pessoas com deficiência e os órgãos públicos. Às vezes ações simples podem viabilizar o acesso a pessoas com deficiências não tão complicadas e que demandam uma estrutura maior, o que já ajuda muito. A sociedade precisa entender que o deficiente deve ser tratado como um igual”, afirmou Zafatoski.
Igualdade
A Fundação de Assistência à Pessoa Cega é uma das entidades que participou do lançamento do núcleo e que se preocupa em garantir que pessoas com e sem deficiência sejam tratadas como iguais.
O presidente do conselho da Fundação, Roberto Leite, salienta que a deficiência de uma pessoa é proporcional às barreiras oferecidas pela sociedade.
“Acessibilidade é a possibilidade de alcance da pessoa com deficiência, sem que ela precise necessitar de apoio ou auxílio. A acessibilidade é uma construção. Hoje nos encontramos em uma fase de construir a inclusão”, esclareceu Leite.
Serviço
O Hemepar fica na Travessa João Prosdócimo, 145 – Alto da XV. O horário de coleta é de segunda a sexta-feira das 7h30 às 18h30 e aos sábado das 8h às 17h30. Para o agendamento, basta ligar para (41) 3281 4000 e solicitar o NIDD, ou enviar e-mail para hemepar@sesa.pr.gov.br.