Dores intensas por várias partes do corpo que provocam fadiga, distúrbios do sono e episódios depressivos. Esses são os sintomas narrados por quem é diagnosticado com fibromialgia. A doença é silenciosa, não detectável em exames laboratoriais e, às vezes, não causa qualquer transformação externa na pessoa.
A origem da doença ainda não é totalmente conhecida. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. A fibromialgia acomete mais as mulheres na faixa etária de 30 a 55 anos, mas existem alguns casos em pessoas mais velhas, crianças e adolescentes. Por isso, a sociedade alerta para a importância de os pais observarem sintomas como dor desproporcional a lesões ou excesso de fadiga.
Por estar relacionada com casos de depressão, muitas vezes a fibromialgia é vista como um transtorno apenas psicológico. “Como boa parte dos pacientes sofre muito porque tem dor crônica, eles acabam sendo imputados como doentes psicológicos, o que não é verdade. Eles sentem dor mesmo”, reforça o reumatologista e coordenador da Comissão de Dor, Fibromialgia e outras Síndromes de Partes Moles, da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Eduardo Martinez.
Apesar de nem todos os pacientes com fibromialgia apresentarem variação de humor, o médico destaca a existência de uma relação entre as doenças. “A dor crônica leva à depressão e a depressão leva à dor crônica. Hoje a gente considera a depressão como fator agravante de quem tem fibromialgia”, explica o reumatologista.
Diagnóstico
Com a dor persistente, o paciente deve procurar um reumatologista. O profissional irá realizar um exame no qual deve se manifestar dor em ao menos 11 dos 18 locais esperados de pontos musculares dolorosos. Antes de dar o diagnóstico de fibromialgia, o médico irá excluir outras condições clínicas, como doenças reumáticas e distúrbios primários do sono.
Tratamento
Em relação a medicamentos, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Dor Crônica indica o uso de relaxantes musculares apenas por curtos períodos de tempo. Em geral, a doença é tratada com o uso de antidepressivos. A prática de atividades físicas é outra aliada no tratamento da fibromialgia.
Além disso, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) a homeopatia, as plantas medicinais e os fitoterápicos, a medicina tradicional chinesa/acupuntura, a medicina antroposófica e o termalismo social-crenoterapia. Essas terapias, associadas aos tratamentos convencionais, ajudam a minimizar os efeitos colaterais, trazendo mais qualidade de vida ao paciente durante o tratamento e ajudando-o a apresentar resultados positivos.
A estratégia para o tratamento ideal da dor crônica é uma abordagem multidisciplinar com a combinação de modalidades de tratamentos não farmacológico e farmacológico. O tratamento deve ser elaborado, em discussão com o paciente, de acordo com a intensidade da sua dor, funcionalidade e suas características, sendo importante também levar em consideração as questões biopsicossociais e culturais.
A dor crônica é um estado de saúde persistente que modifica a vida. O objetivo do seu tratamento é o controle, e não a eliminação.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia disponibiliza uma cartilha com informações sobre a fibromialgia. Para fazer o download, clique aqui.