Uma análise publicada no “British Medical Journal (BMJ)” sugere que a informação de que devemos tomar antibióticos até o fim do tratamento precisa ser melhor avaliada. Há uma argumentação central que sustenta o ponto de vista dos pesquisadores -- quanto maior o tempo de uso de antibióticos, maior a probabilidade das bactérias se tornarem resistentes (aquelas mais difíceis de tratar).
Na verdade, trata-se de um quebra-cabeça que a ciência está tentando entender e há muito tempo discute. Se por um lado, a interrupção precoce também pode gerar organismos resistentes; por outro, também é fato que tratamentos longos desencadeiam o mesmo fenômeno.
Assim, adiantamos: não é recomendável parar de tomar antibióticos sem orientação médica. Isso é uma questão ainda em avaliação pela ciência e o artigo do BMJ faz um questionamento para pesquisas futuras.
Desse modo, a análise levanta alguns pontos para investigação: qual o tempo ótimo para parar de tomar antibióticos? Estamos prestando atenção nesse tempo? E em termos populacionais, o que o prazo de tratamento significa?
Ainda há um segundo desdobramento da análise publicada nesta quarta-feira (26). Um tratamento com antibióticos não atinge somente a bactéria que está causando a infecção -- atinge a todas. Carlos Kiffer, infectologista e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), exemplifica: