Notícia: Paraná vai ampliar vacina da gripe para públicos específicos

Publicado em 12 de jun. de 2017

Paraná vai ampliar vacina da gripe para públicos específicos


Paraná vai ampliar vacina da gripe para públicos específicos

Após o término oficial da campanha de vacinação contra a gripe, nesta sexta-feira (9), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) orienta os municípios que intensifiquem a imunização dos grupos prioritários e estendam a oferta da vacina para públicos específicos. Depois de garantir as doses necessárias para os grupos que ainda não atingiram a meta de 90%, a recomendação é estender a vacina para cobradores e motoristas de ônibus de transporte público, cuidadores de pessoas vulneráveis (como idosos e acamados) e população em situação de rua. A recomendação dos novos públicos foi decidida na reunião da Comissão Estadual de Infectologia, realizada pela Secretaria da Saúde nesta quinta-feira (8), em Curitiba.

“O Paraná atingiu até o momento 88% de cobertura vacinal. No entanto, temos municípios que estão muito abaixo dessa média, o que nos preocupa, principalmente em relação a crianças e gestantes, que apresentam maior risco de complicações pela gripe”, disse o diretor-geral da Sesa, Sezifredo Paz. Segundo ele, os municípios que não atingiram a meta de vacinar 90% do público prioritário devem intensificar a busca ativa dessas pessoas.

Índices

Em algumas cidades, como Pontal do Paraná, por exemplo, o índice de crianças imunizadas não chegou a 50%. Em Foz do Iguaçu, somente 45,5% das crianças e 47% das gestantes receberam a vacina da gripe. Em Londrina, 59,8% crianças foram imunizadas e 57,5% gestantes. Na região metropolitana de Curitiba, Pinhais e Piraquara registram abaixo de 50% de cobertura vacinal para gestantes.

“É importante que os pais levem seus filhos para serem vacinados. Este é um público que depende da decisão dos adultos para garantir a proteção. Quanto às gestantes, chamamos a atenção para o risco de não tomar a vacina. Durante a pandemia da gripe, em 2009, tivemos muitas grávidas internadas em decorrência da doença e inclusive registramos mortes, o que devemos evitar”, ressalta a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini.

A definição de quem tem direito à imunização pelo sistema público está baseada na epidemiologia da doença, ou seja, aqueles que historicamente têm apresentado complicações e até mortes por influenza. A vacina protege contra os vírus que mais circulam no país.

Para o médico infectologista do Hospital de Clínicas, Bernardo Montesanti Machado de Almeida, é essencial que os gestores municipais garantam a imunização dos grupos já definidos.

“Esses grupos são os mais vulneráveis aos vírus respiratórios, que têm maior taxa de mortalidade ou maior capacidade de disseminar a doença. Os idosos, por exemplo, são os mais propensos a complicações que podem levar ao óbito. Quanto às crianças, são exemplos de grandes vetores da gripe, onde os vírus têm terreno fértil pra se disseminar entre uma criança e outra, além da possibilidade de agravamento, principalmente com as mais novas e bebês”, disse.

Saldo

O saldo de vacinas disponíveis nas 22 Regionais de Saúde, no Centro de Medicamentos do Paraná, em Curitiba, e nos 399 municípios é de 372 mil doses. O montante total é suficiente para atender os novos públicos definidos. Os gestores, no entanto, podem ampliar a oferta desde que garantam as doses para os grupos que ainda não atingiram as metas e o façam em pactuação com as regionais de Saúde e a Secretaria Estadual.

O promotor coordenador das promotorias de Saúde Pública do Ministério Público do Paraná, Marco Antonio Teixeira, solicitou os dados de cobertura vacinal e as decisões da comissão para embasar a orientação aos demais promotores paranaenses.

“Há muitas cidades com índices de cobertura muito aquém da média do Paraná e é essencial que os gestores municipais tenham uma orientação clara da estratégia definida na política pública estadual”, disse o promotor.

Comissão

A comissão de infectologia tem reuniões mensais para discutir assuntos e estratégias para enfrentamento de doenças infecciosas no Estado. “Há cinco anos a secretaria da Saúde mantém com a Comissão de Infectologia uma relação de confiança e apoio às decisões referentes às doenças infecciosas em circulação no Estado. É um trabalho conjunto que traz resultados positivos a todos”, disse Sezifredo Paz.

A comissão é composta pela Secretaria Estadual de Saúde, Associação Médica do Paraná, Sociedades Paranaenses de Infectologia, Pneumologia, Pediatria e Terapia Intensiva, Conselhos Regionais de Enfermagem, Farmácia e de Medicina, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Hospital de Clínicas, Hospital Pequeno Príncipe e Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar.

Orientações

Os municípios devem pactuar com associações de motoristas e cobradores para organizar a imunização de seus cooperados. Para a população de rua, as secretarias municipais deverão estudar suas estratégias. Quanto aos cuidadores, é necessário que apresentem nas Unidades de Saúde declaração de médico ou familiar comprovando o exercício da profissão e o nome do paciente.


Fonte: SESA-PR

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