Passou a vigorar em abril o novo aumento dos medicamentos no Brasil. O Conselho da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) autorizou índices em 2017 que variam de 1,36% a 4,76%. Um reajuste que, segundo o Sindicato da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), será aplicado em cerca de 19 mil medicamentos do mercado.
Entre as opções para tentar anestesiar a dor no bolso na hora de ir à farmácia (sem abrir mão do cuidado com a saúde) estão os medicamentos preparados diretamente na farmácia de manipulação pelo farmacêutico. De acordo com o vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag/RS), Eduardo Aranovich de Abreu, o medicamento manipulado não tem sempre o preço mais baixo porque depende de fatores como substâncias utilizadas e quantidade prescrita. Mas há casos em que é possível economizar.
— Produtos preparados nas farmácias de manipulação podem ter menor custo para o consumidor. Entre os motivos, está a quantidade preparada. Se o usuário necessita de sete cápsulas, na farmácia o consumidor compra somente as sete cápsulas, não caixas com 30 unidades, por exemplo — explica Abreu.
O especialista lembra que a pessoa deve conversar com médico ou profissional habilitado para entender se é interessante o manipulado. A comparação não pode ser feita sem levar em conta qual a opção terapêutica mais adequada.
Segundo o Conselho Regional de Farmácia (CRF-RS), o Rio Grande do Sul tem 680 farmácias de manipulação, sendo que 128 delas localizam-se em Porto Alegre. Vice-presidente do CRF-RS, Roberto Canquerini estima que os manipulados podem sair 30% menos do que os de marca. Mas não é apenas a questão financeira que deve ser avaliada. Um trunfo é a capacidade de individualizar o produto.
— O medicamento manipulado pode ser adaptado para cada paciente. O organismo do idoso, por exemplo, tem absorção diferente do corpo de um adulto. O medicamento pode ser feito para ele levando isso em consideração. Vale o mesmo para as crianças — explica Canquerini.
Conforme o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), os manipulados são levados em conta nas consultas. Para o presidente, Fernando Matos, dermatologistas prescrevem com frequência, já que produtos industrializados nem sempre existem para determinado tipo de paciente.
— A maioria dos medicamentos manipulados são feitos com substancias que já estão no mercado. São plenamente seguros quando feitos nas condições exigidas, e atraem pelo custo menor do que os tradicionais. O paciente pode conversar com o médico na consulta sobre a viabilidade dessa opção para o seu caso — afirma o presidente do Cremers.