O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a chikungunya deverá ser o principal problema enfrentado neste verão no País. A avaliação, disse, é compartilhada por integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Achamos de fato que neste ano o número de casos de chikungunya será mais intenso”, afirmou.
Ele não escondeu a preocupação, sobretudo pelo fato de a doença ser temporariamente incapacitante. “O impacto econômico é muito forte.” O governo prepara para lançar no fim deste mês uma campanha de prevenção contra doenças relacionadas ao Aedes aegypti. Conforme adiantou o portal estadao.com.br, pela primeira vez uma das campanhas será direcionada ao risco da transmissão sexual do zika. Até agora, embora a OMS já tenha alertado para o risco dessa forma de contágio, as informações destinadas à prevenção do zika se concentravam no combate ao mosquito transmissor.
As campanhas contra dengue, chikungunya e zika serão lançadas dia 20. As peças trazem relatos de pessoas que tiveram a doença ou enfrentaram as suas consequências, como perda de familiares.
Em vez da ênfase sobre a forma de se evitar criadouros, a campanha quer mostrar o impacto que a picada do mosquito pode trazer para toda a família.
De acordo com técnicos ouvidos pelo Estado, ela se assemelha às peças de advertência de trânsito, com tom por muitos considerado chocante. “Pesquisas demonstram que a população já sabe como evitar os focos do Aedes”, disse o ministro ontem, durante reunião no Conselho Nacional de Saúde.
Além das campanhas, o governo deverá divulgar novos protocolos para diagnóstico e tratamento de zika (mais informações nesta página), dengue e chikungunya. O manual deverá trazer informações integradas, para que profissionais consigam de forma rápida diferenciar as três infecções e encaminhar o paciente para o tratamento mais adequado.
Um alerta também será feito a secretarias estaduais e municipais de Saúde para que elas façam os ajustes necessários para atender pacientes com chikungunya.
Isso porque a doença em muitos casos pode se tornar crônica, exigindo um atendimento a longo prazo, com fisioterapia e atenção especializada, sobretudo para o alívio da dor.
Fetos
Há também preocupação com gestantes. A exemplo da zika, a chikungunya pode ser transmitida para o feto durante a gestação.
A diferença em relação à zika no entanto, é que o maior risco de contágio ocorre nos últimos três meses de gestação. Não há, por enquanto, recomendação para que o parto nesses casos seja cesáreo. Mas, de acordo com o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, é preciso que, nesses casos, a rede esteja preparada para a eventual necessidade de o bebê ser encaminhado para a UTI neonatal.
Créditos da Notícia: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de S.Paulo