Uma nova droga em teste contra a doença de Alzheimer conseguiu reduzir a formação das placas senis no cérebro de pacientes, tornando-se uma opção promissora para o tratamento da doença, que até o momento não tem cura.
Os testes clínicos de fase 1 envolveram 32 pacientes e os resultados promissores deram sinal verde para a continuidade do estudo, que envolverá um número maior de participantes nas próximas fases.
Caracterizado pela perda de memória, da capacidade de realizar tarefas cotidianas e pela piora das funções motoras, o Alzheimer se manifesta no cérebro pela presença de placas senis entre os neurônios e pela formação de emaranhados da proteína tau no interior da célula nervosa.
As placas senis são compostas pela proteína beta-amiloide. O alvo da nova droga, chamada verubecestat, é justamente a enzima BACE1, que tem um papel importante na produção da proteína beta-amiloide.
Outras iniciativas de pesquisa já tinham tentado desenvolver componentes capazes de bloquear a enzima BACE1, mas, até o momento, todos provocavam efeitos adversos muito graves. Esta foi a primeira vez que uma droga oral inibidora de BACE1 foi aprovada para testes clínicos de fase 3, que envolvem um grande número de pacientes.
Uma única dose da droga foi capaz de reduzir consideravelmente o nível da proteína beta-amiloide no sangue e no fluido cérebro-espinhal de ratos e macacos. Os animais não manifestaram sinais de toxicidade.
A pesquisa, cujos resultados foram publicados nesta quarta-feira (2) na revista "Science Translational Medicine", foi feita nos laboratórios de pesquisa da famarcêutica Merck.