O Bom Dia Brasil mostra flagrantes de um crime que bota em risco a saúde da população. Remédios, inclusive antibióticos, são vendidos livremente em feiras livres em Fortaleza.
Entre os produtos da feira, uma das barracas exibe uma farmácia ambulante: tem todo tipo de remédio em caixas e em cartelas. Com uma câmera escondida, o Bom Dia Brasil mostra como é fácil comprar antibióticos que, por lei, só podem ser vendidos com receita médica válida por dez dias e identificação completa do médico e do paciente.
Com muita movimentação de consumidores e aglomeração de barracas, as feiras livres são os lugares preferidos dos vendedores clandestinos. E eles não podem ser fiscalizados pela Vigilância Sanitária, que só atua em estabelecimentos regulares como as farmácias e drogarias.
Esse é um caso de polícia. “Qualquer venda ilegal de medicamento cabe uma pena, nesse sentido, de dez anos de reclusão", afirma o delegado Romério de Almeida.
Nas três feiras livres de Fortaleza que a equipe do Bom Dia Brasil visitou em uma semana, os remédios são vendidos livremente. Os antibióticos ainda trazem na cartela o aviso de "proibição da venda no comércio”.
O Bom Dia Brasil consultou a Secretaria de Saúde do Ceará e também foi a até alguns postos. A equipe descobriu que, pelo menos, um dos antibióticos vendidos clandestinamente, é do laboratório que faz a distribuição para os pacientes do SUS. Só pode ser adquirido gratuitamente nas próprias unidades de saúde.
Para a produtora do Bom Dia Brasil que se passou por consumidora em uma praça do Centro da cidade, o vendedor ambulante de remédio disse que compra os lotes de uma distribuidora.
Bom Dia Brasil: Como é que vocês conseguem vender tão barato?
Vendedor: Na distribuidora.
"Isso é um conceito básico: só pode distribuir para as farmácias com CNPJ com toda a documentação atualizada”, diz Ricardo Mesquita, proprietário de uma distribuidora.
Além de um caso de polícia, isso também é um risco para saúde. “Existe uma legislação pesada a respeito de venda de medicamentos por conta, exatamente, desse risco para a saúde pública”, afirma Caroline Sousa, representante do Conselho Regional de Farmácia.
Fonte: G1