Notícia: Vírus da zika deve atingir até 80 turistas na Olimpíada, calcula estudo

Publicado em 26 de jul. de 2016

Vírus da zika deve atingir até 80 turistas na Olimpíada, calcula estudo


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Vírus da zika deve atingir até 80 turistas na Olimpíada, calcula estudo

Especialistas publicaram um estudo nesta segunda-feira (25) que estabelece uma margem para o número de indivíduos infectados pelo vírus da zika durante a Olimpíada. Como já havia previsto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e alguns pesquisadores brasileiros, a probabilidade de um turista ser contagiado no Rio de Janeiro é bastante baixa.

O artigo, publicado no periódico científico “Annals of Internal Medicine”, também diz que o risco de os viajantes espalharem o vírus é mínimo. De acordo com o cálculo feito pelos pesquisadores da Yale School of Public Health, nos Estados Unidos, devem ocorrer de 6 a 80 infecções pelo vírus da zika em viajantes, e apenas de 1 a 16 pessoas atingidas sentirão os sintomas.

O Brasil é o país mais afetado pelo vírus na zika na América Latina. Até a última semana, o Ministério da Saúde havia registrado 165.932 casos prováveis de febre pelo vírus da zika e nascimento de 1.709 bebês com microcefalia. Para a Olimpíada, o país espera receber de 350 mil a 500 mil turistas entre os meses de agosto e setembro.

Cálculo brasileiro

Anteriormente, o professor Eduardo Massad, da Faculdade de Medicina da USP, já havia feito uma estimativa de que cerca de 15 pessoas devem ser infectadas pelo vírus da zika na Olimpíada. O cálculo leva em conta apenas os visitantes. 

Ele calculou que a chance de ser picado durante o evento por um mosquito Aedes aegypti é de 3,5%. Já a chance de um turista ou atleta ser infectado é "mínima".

Segundo o professor, o risco individual de dengue é de 5 casos por 10 mil indivíduos. Já no caso da zika, a probabilidade é de 3 casos para cada 100 mil. Caso venham 500 mil pessoas para o evento, como é previsto, Massad avalia que cerca de 15 pessoas sejam infectadas pelo vírus da zika e, no caso da dengue, cerca de 250.

Ainda de acordo com Massad, o mosquito Aedes Aegyptix, da dengue e do vírus da zika, tem picos de transmissão. Em agosto, no entanto, a chance de ser picado é muito menor que em meses como fevereiro.

“A probabilidade de você receber uma picada de Aedes Aegypti no Rio de Janeiro no Carnaval...você tem ideia? 99,9%. É inescapável. Se você for no Rio no Carnaval, você vai ser picada (o) por um Aedes”, disse o professor, demonstrando que há muito mais risco de se visitar o Rio de Janeiro durante o mês do samba.

Recomendações da OMS

O órgão mantém a recomendação de que mulheres grávidas não venham para o Brasil por causa do risco de infecção pelo vírus da zika, relacionado à microcefalia. Mas, assim como os pesquisadores, observa que o risco de doenças transmitidas por mosquitos será menor durante o evento por causa do inverno.

Ainda assim, a orientação é que viajantes usem repelentes, escolham roupas que cubram a maior parte do corpo durante o dia e evitem áreas da cidade com falhas de saneamento básico, onde há mais risco de proliferação dos mosquitos transmissores de zika, dengue e chikungunya.

Os viajantes são aconselhados a colocarem suas vacinas em dia de acordo com o calendário vacinal de seus países de origem. A imunização deve ocorrer de 4 a 8 semanas antes da viagem. A OMS observa que o Brasil já eliminou a transmissão de sarampo, rubéola e poliomielite. Como essas doenças ainda ocorrem em outras regiões, os turistas devem se vacinar para não reintroduzi-las no Brasil.

A vacinação contra influenza foi recomendada para pessoas com risco de complicações, como idosos, pessoas com doenças crônicas e crianças. "Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos ocorrerão depois de estação de influenza ter atingido seu pico no Rio de Janeiro em junho e julho. no entanto, há variações regionais e casos ocorrem ao longo do ano no Brasil", afirmou o órgão.

Fonte: G1



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