O número de casos suspeitos de zika no Brasil este ano chegaram a 165.932. Desses, 66.180 já foram confirmados. Os dados, divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, referem-se aos registros feitos até dia 11 de junho. Em apenas duas semanas, entre a divulgação de um boletim e outro, foram registrados 4.691 novos casos da doença. Em relação ao número de óbitos, até o momento apenas uma morte foi registrada pelo vírus em 2016, no Rio de Janeiro. Em 2015, embora não existam registros do número de casos de infecção pelo vírus, três mortes foram confirmadas.
A região Centro-Oeste é a que tem a maior taxa de incidência de zika, com 163,5 casos a cada 100 mil habitantes. Em relação aos Estados com maior taxa de incidência estão Mato Grosso (612,0 casos/100 mil hab.), Bahia (305,4 casos/100 mil hab.), Rio de Janeiro (278,1 casos/100 mil hab.) e Tocantins (184,5 casos/100 mil hab.). A Bahia também é o Estado com o maior número infecções pelo vírus, com 46.427 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, (46.027 casos) e Mato Grosso (19.985).
Microcefalia
Segundo o informe epidemiológico do monitoramento de casos de microcefalia no Brasil, desde outubro do ano passado até o dia 09 de julho, foram notificados 8.451 casos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central relacionada ao zika vírus. Desses, 1.687 (19,9%) foram confirmados, 3.622 descartados (42,8%) e 3.142 (37,2%) permanecem em investigação. A região Nordeste concentra 72% dos registros e o Estado do Pernambuco continua com o maior número de ocorrências de microcefalia (2.048), seguido pela Bahia (1.187) e Paraíba (891).
EUA investigam infecção por zika
Um homem, que não viajou para países com epidemia de zika e nem teve relação sexual com uma pessoa infectada, foi diagnosticado com a doença. De acordo com autoridades de saúde dos Estados Unidos, a única proximidade do paciente com o vírus foi ao cuidar de uma pessoa infectada. O Departamento de Saúde do Estado de Utah, nos Estados Unidos, região onde o caso foi confirmado, está investigando como a infecção ocorreu.
Dengue
Até o dia 11 de junho foram registrados 1.345.286 casos prováveis de dengue. Desde a divulgação do último boletim, há duas semanas, foram 50.703 novos casos. O número é um pouco menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.379.124. A região Sudeste concentra 59,9% de casos prováveis de dengue, seguida das regiões Nordeste (20,6%), Centro-Oeste (10,9%), Sul (6,0%) e Norte (2,6%). Em relação ao número de óbitos, foram confirmadas 318 mortes por dengue em 2016. Apesar de o número de casos da doença estar quase tão alto quanto no ano passado, o número de mortes diminuiu 57,7% em relação a 2015. Este ano também foram confirmados 511 casos de dengue grave, contra 1.365 no mesmo período do ano passado. Embora a maioria dos casos de dengue no Brasil ainda seja causada pelo tipo 1 da doença, cresce em alguns Estados a circulação do sorotipo 2, o mais agressivo dos quatro vírus existentes. Segundo um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com estatísticas de 3 de janeiro até 28 de maio, de um total de 2,2 mil amostras positivas para dengue analisadas em laboratório neste ano, 6,4% já são do tipo 2, ante 0,7% no ano passado. No Estado de São Paulo, esse tipo de vírus já é responsável por 13,6% dos casos da doença, ante 0,5% em 2015.
Chikungunya
No momento, o aumento dos casos de febre chikungunya preocupa especialistas e autoridades. Até o dia 11 de junho foram registrados 137.808 casos prováveis da doença no país, dos quais 32.679 foram confirmados. Em apenas duas semanas, entre a divulgação de um boletim e outro, 15.046 novos casos foram registrados. Em todo o ano de 2015, o país registrou 38.332 casos prováveis da infecção. Ou seja, houve um aumento de 259% nos registros de casos suspeitos da doença e ainda estamos na metade do ano. Assim como o número de casos, houve um aumento nos óbitos confirmados causados pela doença. Enquanto em 2015 foram registradas apenas seis mortes por chikungunya, até o dia 11 de junho de 2016 já foram confirmados 17 óbitos. Embora raramente fatal, pessoas com imaturidade ou envelhecimento imunológico, como crianças, idosos e doentes crônicos, como cardíacos ou diabéticos, correm maior risco de morte. Essa tendência se confirma nos dados do boletim, segundo o qual a mediana da idade das vítimas foi de 69 anos. O Nordeste é a região com maior taxa de incidência da infecção, com 213,2 casos por 100 mil habitantes. Entre os Estados, destacam-se Rio Grande do Norte (443,8 casos/100 mil hab.), Pernambuco (278,1 casos/100 mil hab.), Paraíba (234,4 casos/100 mil hab.) e Bahia (256,5 casos/100 mil hab.). Embora tenha sintomas em comum com a dengue e a zika, a principal característica da chikungunya é a forte dor nas articulações, que, em até 20% dos casos, pode durar por um ano ou mais. Outro dado de alerta é que a probabilidade de pessoas infectadas pelo vírus desenvolverem sintomas é bem maior do que nos casos de dengue e zika: entre 80% e 90% dos infectados por chikungunya apresentarão sinais da doença. Para a dengue a taxa fica entre 50% e 60% dos infectados. Para a zika esse número cai para 20% a 30%.
Fonte: Veja