Pesquisadores da Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que pode vencer um dos maiores gargalos da terapia genética: a geração de células geneticamente corrigidas que sejam eficientes para reparar doenças e lesões, mas sem a necessidade de injeção de grande quantidade delas nos pacientes. O novo método, testado inicialmente no fígado, não impõe risco de efeitos adversos, como cânceres, e pode ser adaptado para tratar problemas em outros órgãos, por exemplo, a pele e o intestino.
Até então, as tentativas de modificar e transplantar células geneticamente corrigidas, tendo como vetor um vírus ou uma bactéria, exigem milhares de exemplares dessas estruturas especiais, sendo que muitas não sobrevivem no corpo do paciente. “Por serem vivas, elas nem sempre se comportam como esperamos. Os primeiros testes com geneterapia apresentaram resposta imune ao vetor que leva as células aos órgãos ou às próprias células, trazendo complicações trágicas. Isso limita a aplicação clínica da geneterapia”, explica Sean Nygaard, principal autor do estudo, divulgado na última edição da revista Science Translational Medicine.
Para solucionar o problema, os cientistas criaram um método de seleção (Leia Duas perguntas para) que dispensa quantidades cavalares de células ao permitir que elas proliferem dentro do corpo do paciente. “Não só fomos capazes de alcançar a expressão terapêutica de transgenes (as células modificadas) com doses mais baixas de vetores, porque transplantamos menos células, como esses vetores não promoveram a ativação de outros genes que não fossem o que queríamos”, diz o pesquisador, frisando que essa ativação inadequada pode causar câncer, entre outros problemas.
Fonte: Correio Braziliense