Para combater a epidemia de zika, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou na última sexta-feira (6) a criação de um Fundo de Financiamento Multiparceiros de Resposta ao vírus. Com a iniciativa, o chefe da ONU espera garantir que recursos sejam liberados de forma rápida para fortalecer as ações de agências das Nações Unidas e parceiros contra a proliferação da doença.
A verba do Fundo vai ajudar na implementação de projetos nacionais e do Quadro de Resposta Estratégico e Plano de Operações Conjuntas – plano elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar os casos de microcefalia e outras complicações neurológicas associados ao zika.
O programa previa o investimento de 56 milhões de dólares que seriam fornecidos pela comunidade internacional, mas as contribuições cobrem atualmente apenas 26% do solicitado. As contribuições de doadores serão encaminhadas para a avaliação de um Comitê Consultivo que vai direcionar recursos para as atividades mais prioritárias nos países afetados.
Desde janeiro de 2015, 61 países e territórios registraram casos de transmissão autóctone do vírus zika. A epidemia em alguns locais veio acompanhada de um aumento nas ocorrências de microcefalia e outras malformações congênitas e da síndrome de Guillain-Barré – o que levou a OMS em fevereiro de 2016 a declarar o surto de condições neurológicas “uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”.
A partir de pesquisas conduzidas em diferentes partes do mundo, já foi estabelecido um consenso científico de que existe uma associação causal entre o zika e essas condições neurológicas. O Brasil concentra o maior número de casos confirmados de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita,em todo o país – um total de 1.271,
segundo o último boletim do Ministério da Saúde.