Notícia: Novo diagnóstico ao tumor da tireoide deve dispensar cirurgia

Publicado em 16 de mai. de 2016

Novo diagnóstico ao tumor da tireoide deve dispensar cirurgia


Variante menos invasiva não deve mais ser tratada como câncer; mudança irá impactar cerca de 45 mil pessoas no mundo a cada ano
Novo diagnóstico ao tumor da tireoide deve dispensar cirurgia

O diagnóstico de câncer da tireoide vai mudar. No começo deste mês, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia divulgou novo posicionamento sobre a classificação da variante folicular do carcinoma papilífero de tireoide não invasivo e encapsulado (EFVPTCs).

O nome longo serve para definir o segundo tipo mais comum de tumor da tireoide, que a partir de agora não passa mais a ser classificado como câncer. Com a decisão, também muda a nomenclatura desse tipo de nódulo. Agora, eles passam a ser chamados de neoplasia tireoide folicular não invasiva com aspectos nucleares de semelhança papilífera.

A mudança não fica apenas na nomenclatura. A forma de tratamento desse nódulo também será alterada. “Nesses casos, a recomendação agora é para que seja feito acompanhamento anual, com a realização de ecografia, para avaliar se houve crescimento do nódulo. Não sendo mais necessário, logo de cara, tratamento tradicional para câncer, com cirurgia e radioiodo”, explica a médica Gisah Amaral, presidente do departamento de Tireoide da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.
Essa nova diretriz endossa o entendimento daAmerican Thyroid Association, que, depois de acompanhar pacientes ao longo de décadas, constatou o baixo potencial de malignidade desse tipo de tumor, sendo o tratamento tradicional muito mais prejudicial à saúde do paciente que a permanência do nódulo.

Auto-exames

O auto-exame da tireoide é uma forma de detectar se há algo errado com a glândula. Para tanto, você só precisa de um copo d’ água e um espelho. Em frente ao espelho, beba um gole com o pescoço inclinado para trás e focalizando bem a área. Neste momento, observe se existe alguma saliência na tireoide, que sobe e desce no momento em que você engole.

“[Eles] são frequentemente excessivamente tratados, levando a um aumento do potencial de morbidade, stress emocional e psicológico e aumento dos custos financeiros e no sistema de saúde”, diz um trecho da nota da Sociedade que explica o novo posicionamento.

A mudança irá impactar cerca de 45 mil pessoas no mundo a cada ano. Esse é o número de pacientes diagnosticados a cada ano com a variante folicular do carcinoma papilífero. Estima-se que 20% de todos os cânceres da tireoide estejam enquadrados nesse grupo de tumor, que passou a ser mais diagnosticado nas últimas décadas. Segundo a Sociedade de Endocrinologia, a incidência da doença aumentou quatro vezes nos últimos três anos.

A doença e o tratamento

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de tireoide não é mais frequente no sexo feminino. A doença corresponde a 1,3% de todos os cânceres diagnosticados no país e 6,4% dos que atingem a área da cabeça e pescoço. O tratamento é sempre cirúrgico. O que muda é que, dependendo do caso, o médico pode optar pela retirada parcial da glândula. Também fica a critério do médico a complementação do tratamento com radioiodo.

Fonte: Gazeta do Povo



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