Notícia: Pela 1ª vez, estudo mostra como vírus brasileiro da zika atua no cérebro

Publicado em 11 de mai. de 2016

Pela 1ª vez, estudo mostra como vírus brasileiro da zika atua no cérebro


Medicamento para tratamento está cada vez mais próximo
Pela 1ª vez, estudo mostra como vírus brasileiro da zika atua no cérebro

O vírus da zika em circulação no Brasil é capaz de alterar o desenvolvimento de células do cérebro, matá-las e gerar malformações, apontou pesquisa publicada em versão preliminar nesta segunda-feira (9). Estudos anteriores já tinham demonstrado o poder de outros variantes do vírus de atacar o órgão.

"É a primeira vez que avalia-se o efeito do variante brasileiro [do vírus da zika] em células neurais humanas. Confirmamos que infecta e mata, mas antes disso faz com que as células-tronco neurais parem de se dividir", explica Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do IDOR (Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino), um dos autores do estudo. A pesquisa foi feita por um consórcio brasileiro entre IDOR, UFRJ, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Fiocruz, Instituto Evandro Chagas de Belém e Universidade Federal do Pará.

O pre-print, como é chamado, é uma versão preliminar de um estudo que é publicada para conhecimento e análise dos demais cientistas antes de ser aceita e revisada para sair em alguma revista científica. Em casos como o do vírus da zika, em que cientistas do mundo inteiro estão pesquisando o mesmo tema e é uma urgência mundial, a iniciativa é importante para obtermos resultados mais rapidamente.

O grupo estuda a ação do vírus em minicérebros criados em laboratórios. Em abril, os pesquisadores publicaram na revista Science outro estudo que mostrava que o vírus zika tinha capacidade de infectar e matar células cerebrais humanas. Desta vez usaram o vírus que está em circulação no Brasil, no estudo de abril usaram o variante africano.

"Ninguém sabia como iria se comportar o variante brasileiro no modelo de neuroesferas humanas [estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação]. Usando uma combinação de técnicas sofisticadas de transcriptoma e proteômica, identificamos mais de 500 genes/proteínas alterados pela infecção da zika brasileira em células-tronco neurais humanas", diz.

Remédio para tratar está mais próximo

O pesquisador destaca que esses genes e proteínas servirão na busca por medicamentos que reduzam os danos causados pela zika no sistema nervoso. Eles já estudam um remédio contra a malária que apresentou resultados favoráveis no combate à zika.

Estudos mostraram que a droga protegeu neurosferas em até 95%. As estruturas foram expostas ao zika e depois tratadas, por cinco dias, com cloroquina em diferentes concentrações. Os testes mostraram que a droga inibiu a infecção e reduziu o número de neurônios infectados, protegendo-os contra a morte pelo vírus.

Fonte: UOL

 



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