Notícia: Programa vai criar mapa de monitoramento da dengue no Brasil

Publicado em 18 de abr. de 2016

Programa vai criar mapa de monitoramento da dengue no Brasil


Sistema criado pela FGV em parceria com a Fiocruz já conta com dados dos municípios do Rio de Janeiro e do Paraná
Programa vai criar mapa de monitoramento da dengue no Brasil

A meta é audaciosa: mostrar a situação da dengue em todo o país, acompanhando semana a semana o registro de novos casos em cada município do Brasil. É isso que pretende alcançar a equipe do projeto InfoDengue, parceria da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas com a Fiocruz. No início deste mês, os 399 municípios paranaenses passaram a integrar o sistema de monitoramento. O estado é o segundo a entrar no mapa, que já contava com as informações das cidades fluminenses. Em breve, de acordo com os pesquisadores, São Paulo entrará também.

“A ideia é fazer uma vigilância nacional. O nosso sistema hoje é muito segmentado. Não existe um órgão do governo que faça isso de forma integral e coloque esses dados para toda a população ver”, explica o biólogo Flávio Codeço, coordenador do projeto. A segmentação citada pelo pesquisador é uma das maiores pedras no caminho do projeto.

Como a ideia não é trabalhar com dados já existentes, os pesquisadores precisam da colaboração de cada secretaria estadual de saúde para ter acesso às informações e alimentar o sistema. Mas o trabalho promete render bons frutos.

Quando o mapa estiver completo, será possível ter uma ideia do fluxo da dengue no país. Material precioso para estudos e definição de políticas públicas. “É essencial saber o padrão de circulação do vírus no país”, comenta Codeço, que revela haver planos para levar o projeto para além das fronteiras brasileiras. De acordo com ele, já há conversas com outros países da América do Sul para também integrarem o mapa de monitoramento.

O resto do trio

Mas e as outras duas primas da dengue? Zika e chikungunya também estão na mira. As duas doenças, igualmente transmitidas pelo Aedes aegypti, passarão a ser monitoradas pelo InfoDengue nos próximos meses. Não integram ainda o sistema porque o sistema de diagnóstico e notificação das duas doenças ainda apresentam lacunas.

Os casos de zika passaram a ser de notificação obrigatória apenas em fevereiro. Além disso, a semelhança dos sintomas torna o diagnóstico apenas por critérios clínicos duvidoso. Os kits para teste triplo de zika, dengue e chikungunya só devem chegar aos laboratórios centrais dos estados no começo do segundo semestre. “ O diagnóstico ainda é muito incerto. Os testes laboratoriais são de pouca cobertura. Então, por enquanto, ainda temos um dado muito ruidoso”, diz.

Fonte: Gazeta do Povo



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