A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro prepara, até a próxima segunda-feira, mudanças no protocolo de notificação de casos suspeitos de infecção pelo vírus zika. A medida atende ao estado de emergência nacional decretado ontem pelo Ministério da Saúde, devido ao surto de microcefalia no Nordeste. Segundo Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde do Rio, como o vírus ja circula no estado, com casos confirmados por exames laboratoriais, também deverá ser estabelecido algum tipo de monitoramento especial de gestantes para evitar possíveis complicações decorrentes da doença.
— É uma medida de caráter preventivo — destaca Chieppe. — O zika é um vírus novo no país e sua notificação não é compulsória, só em caso de complicações. Mas como estamos observando as notícias de sua associação com o desenvolvimento da Síndrome de Guillain-Barré (um tipo de doença autoimune que afeta os neurônios) e microcefalia, precisamos tornar o sistema de vigilância mais sensível a ele para termos uma ideia melhor de sua distribuição e prevenção. Vamos procurar captar formas atípicas da doença ou possíveis complicações, mesmo que estas ainda não estejam comprovadamente relacionadas às infecções pelo zika.
Ainda de acordo com Chieppe, o Rio está preparado para enfrentar o verão, época do ano em que costuma aumentar o número de atingidos pela dengue e, agora, apresenta o risco de dois outros vírus transmitidos pelo mesmo mosquito Aedes aegypti: o zika e o chicungunha. Até agora, o estado registrou cerca de 55 mil casos de dengue em 2015, uma situação que ele define como “intermediária”.