Notícia: Justiça de SP suspende entrega de fosfoetanolamina sintética

Publicado em 12 de nov. de 2015

Justiça de SP suspende entrega de fosfoetanolamina sintética


‘Pílula do câncer’ vinha sendo distribuída através de liminar pela USP de São Carlos
Justiça de SP suspende entrega de fosfoetanolamina sintética

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o fornecimento da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”, que vinha sendo distribuída gratuitamente pela Universidade de São Paulo em São Carlos para pacientes com câncer mediante liminar.

A decisão foi por maioria dos votos e atendeu um recurso interposto pelo Estado de São Paulo, contra a decisão de fornecer uma substância que não é medicamento, não possui registro da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que sua distribuição poderia acarretar graves consequências aos pacientes. 
 
Ao julgar o recurso, o desembargador Sérgio Rui afirmou não ser prudente a liberação das cápsulas sem as necessárias pesquisas científicas. “É irresponsável a liberação de substância sintetizada em laboratório, que não é medicamento aprovado e que vem sendo utilizada sem um mínimo de rigor científico e sem critério por pacientes de câncer que relatam melhora genérica em seus quadros clínicos, porque não foram realizadas pesquisas exaurientes que permitam estabelecer uma correlação segura e indubitável entre seu uso e a hipotética evolução relatada”, diz texto da decisão, que saiu nesta quarta-feira.
 
O uso da fosfoetanolamina se tornou uma polêmica com dimensão nacional no mês passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o seu uso como medicamento experimental, derrubando decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia suspendido o fornecimento do remédio a 1.400 pacientes de câncer na cidade de São Carlos.

A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida em 1990 por Gilberto Orivaldo Chierice, professor de Química da USP-São Carlos. As cápsulas foram produzidas e distribuídas gratuitamente por ele a pacientes na própria universidade. Ano passado, após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química da USP parou a produção e distribuição do medicamento, por não ter registro na Anvisa. Pacientes passaram a recorrer à Justiça para receber a droga.

No dia 30 de outubro, o Ministério da Saúde publicou, no Diário Oficial da União, uma portaria para apoiar os estudos clínicos e a produção da fosfoetanolamina.


Fonte: O Globo

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