Pesquisadores britânicos estão tentando confirmar o que pode ser uma novidade importantíssima na tentativa de retardar os efeitos do Parkinson. A suspeita é que um determinado cheiro seja o aviso sobre o risco de desenvolver a doença.
A enfermeira aposentada Joy Milne, literalmente, farejou alguma coisa errada no marido. O odor estranho apareceu seis anos antes de ele ser diagnosticado com Parkinson, a doença degenerativa que tem, como sintoma mais conhecido, os tremores nas mãos. Joy só se deu conta de que aquele cheiro poderia estar ligado à doença quando visitou um centro de tratamento de pacientes de Parkinson. Todos tinham o mesmo odor.
"Era mais forte em alguns, mais fraco em outros. E eu conseguia identificar em quais deles a doença estava controlada, se estava ficando pior e se a medicação estava funcionando", diz Joy Milne.
Cientistas já sabiam da capacidade de cães farejarem doenças. Um estudo britânico mostrou que cachorros treinados podem detectar câncer de próstata com 93% de acerto. Que os humanos podem ter essa habilidade, é um tanto inusitado. Mas a maior organização de estudo sobre Parkinson do Reino Unido levou a sério a história.
A organização está investindo em uma pesquisa para saber se o cheiro realmente serve de alerta, para poder tratar a doença muito antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
"O diagnóstico precoce é muito eficiente no tratamento, por isso uma descoberta como essa pode ser muito útil", diz a pesquisadora Perdita Barran.
Os pesquisadores acreditam que a doença pode causar mudanças no óleo criado pelas glândulas sebáceas, criando pequenas moléculas que são emitidas pela pele e captadas por quem tem olfato muito apurado.
O marido de Joy já morreu, mas a habilidade olfativa dela pode ajudar muitos outros pacientes.