A polêmica da sibutramina vem desde 2010 e um novo estudo publicado neste ano trouxe dados relevantes sobre o medicamento usado para a perda de peso. A pesquisa foi realizada com mais de 100 mil pessoas no Reino Unido e tentou demonstrar os efeitos negativos da sibutramina e do orlistat, outro medicamento conhecido com o mesmo efeito, na saúde do coração.
Como resultado do estudo divulgado pela
International Journal of Obesity, os pesquisadores confirmaram uma associação entre o consumo de sibutramina e níveis elevados de infarto do miocárdio não fatal e de eventos cerebrovasculares, em pessoas com doença cardiovascular pré-existente. Porém, em pessoas sem a doença cardiovascular pré-existente, houve um risco baixo. “A autorização de comercialização da sibutramina pode ter sido, portanto, indevidamente retirada para pessoas sem doenças cardiovasculares”, alerta a conclusão da pesquisa.
Vai e vem
Até 2010, a sibutramina e o orlistat eram duas opções farmacêuticas aprovadas para a perda de peso em pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 27, considerado acima do peso. Em janeiro do mesmo ano, a sibutramina foi suspensa depois de a Agência Médica Europeia encontrar um risco elevado de infarto do miocárdio não fatal (MI) e derrame, desvalorizando possíveis efeitos benéficos do medicamento para a perda de peso. A Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano similar à Anvisa, seguiu a mesma linha da entidade europeia no fim do mesmo ano.
Neste ano, a Anvisa publicou uma nota técnica que esclarecia o tempo máximo de tratamento que cada prescrição médica contendo medicamentos à base de sibutramina poderia conter. “O entendimento é que cada prescrição médica contendo o medicamento deve conter a quantidade necessária para o tratamento em período igual ou inferior a 60 dias.”, afirma a nota,
no site da agência.