Notícia: Maus hábitos de sono e dificuldades de dormir podem aumentar risco de doença cardíaca

Publicado em 11 de set. de 2015

Maus hábitos de sono e dificuldades de dormir podem aumentar risco de doença cardíaca


Cientistas coreanos do sul descobrem que tanto dormir demais como dormir pouco são prejudiciais
Maus hábitos de sono e dificuldades de dormir podem aumentar risco de doença cardíaca

Adultos que dormem demais ou muito pouco podem estar iniciando um processo de “endurecimento” das artérias, o que pode ser um sinal precoce de doença cardíaca, diz um novo estudo divulgado pela “Reuters”.

“Muitas pessoas, até um terço ou um quarto da população em geral, sofrem de sono inadequado, ou de duração insuficiente de sono ou mesmo de sono de má qualidade”, disse o coautor Dr. Chan-Won Kim do Hospital Kangbuk Samsung da Escola de Medicina da Universidade Sungkyunkwan, em Seul, Coreia do Sul.

Vários estudos têm relacionado o sono inadequado a um aumento do risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, mas outras condições como a depressão ou a obesidade poderiam influenciar esta associação, disse Kim à “Reuters Health” por e-mail.

“Em contraste, estudamos se o sono de duração ou de qualidade inadequada seria ligado aos marcadores precoces de doença cardíaca em adultos saudáveis e assintomáticos livres tal moléstia”, disse Kim.

Para o estudo, mais de 47.000 homens e mulheres, com média etária de 42 anos, completaram um questionário sobre sono e foram testados para detectar lesões de cálcio e placas na artéria que conduz ao coração, um sinal precoce da doença, e rigidez arterial na perna, um sinal de envelhecimento vascular.

De acordo com os questionários, a duração média do sono dos participantes foi de 6,4 horas por noite, e cerca de 84% disseram que sua qualidade do sono foi “boa”. Os pesquisadores consideraram aqueles que têm cinco horas ou menos por noite de serem dorminhocos “curtos”, e aqueles que têm nove ou mais horas de serem dorminhocos “longos”.

Os dorminhocos curtos tinham 50% mais cálcio em suas artérias coronárias do que aqueles que dormiam sete horas por noite, de acordo com os resultados divulgados na publicação “Arteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology”. Dorminhocos longos tinham 70% mais cálcio do que aqueles que dormiam sete horas.

“O escore de cálcio obtido por tomografia computadorizada é uma boa medida de acúmulo de cálcio nas artérias coronárias que refletem aterosclerose coronária”, disse Kim. “Quanto maior o escore de cálcio coronariano, maior o risco de ter um ataque cardíaco no futuro”.

Aqueles que relataram sono de má qualidade também tendem a ter mais cálcio coronário e mais rigidez arterial.

Em um estudo de 2013, as pessoas que tendem a ter menos de seis horas de sono todas as noites eram mais propensas a ter pressão arterial alta, colesterol elevado, diabetes e de serem obesas.


“Os adultos com má qualidade do sono têm artérias mais rígidas do que aqueles que dormem sete horas por dia ou têm boa qualidade de sono”, disse o principal coautor do estudo, Yoosoo Chang.

“No geral, nós vimos os mais baixos níveis de doença vascular em adultos que dormiam sete horas por dia e relatavam boa qualidade de sono”.

Dorminhocos curtos tinham maior propensão a serem mais velhos, portadores de depressão, diabetes tipo 2 ou a serem fumantes.
 


Fonte: O Globo

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