Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard concluiu que os registros de celulares podem ser usados para prevenir a propagação dos surtos de dengue, assim como o momento em que há mais ocorrências da doença.
Cada vez mais pessoas viajam pelo planeta, e, com isso, o número de pessoas sob a mira do Aedes aegypti não para de crescer. Os cientistas, então, coletaram um nível recorde de registros de telefonia móvel. A partir daí, conseguiram detalhes sobre a mobilidade humana, e puderam desenvolver um modelo que prevê epidemias e fornece alertas precoces essenciais para as autoridades de saúde de cada país.
Os pesquisadores analisaram dados de um surto de dengue no Paquistão em 2013, cruzando o número de ocorrências com informações climáticas e o registro de chamadas em 40 milhões de celulares.
Os resultados mostraram que os padrões de mobilidade no país, revelados pelos registros de chamadas, poderiam ser usados para prever com precisão a distribuição geográfica e o momento em que ocorreram os surtos nos locais de epidemias e nos pontos onde há maior risco.
— O modelo de previsão que desenvolvemos identifica precisamente a vulnerabilidade aos surtos de dengue e como cada local deve se preparar para conter epidemias — ressalta Caroline Buckee, professora assistente de Epidemiologia de Harvard e coautora do estudo. — Como os dados de telefonia móvel são continuamente coletados, eles podem contribuir com um plano nacional de controle da doença em tempo real.
A dengue é a doença provocada por mosquito que se propaga com maior facilidade no mundo. A infecção pode causar febre alta, sangramento e, nos casos mais graves, leva à morte.
O estudo foi publicado na edição desta segunda-feira da revista “PNAS”.