No começo do ano que vem, o Ministério da Saúde pretende incluir o Truvada — nome comercial do remédio de uso contínuo que pode impedir a contaminação por HIV — à lista dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS. O medicamento já foi aprovado pela Anvisa, mas ainda não é encontrado à venda no Brasil.
O Truvada — ou Profilaxia Pré-Exposição ( PrEP) —, quando tomado diariamente, pode zerar o risco de contágio mesmo no caso de sexo sem camisinha com um soropositivo. O remédio bloqueia, de antemão, a possibilidade de que o vírus ultrapasse as membranas celulares do organismo, se reproduza e atinja a corrente sanguínea do paciente.
— Estamos fazendo estudos de aceitabilidade dos usuários e do funcionamento no SUS para incorporar na política pública — afirma Fábio Mesquita, do Ministério da Saúde.
Na prática clínica, os médicos afirmam que há alguns casos em que o Truvada seria o medicamento ideal.
— Pessoas que têm muitos parceiros e dificuldades de não se colocar em risco acabam recorrendo muitas vezes à PEP
(Profilaxia Pós-Exposição). A indicação para eles seria um tratamento preventivo — afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas.
Nenhum país do mundo inclui o Truvada em sua política pública de saúde. Nos Estados Unidos, na Tailândia e na Malásia, o uso do remédio já foi liberado, e o fármaco é vendido regularmente.