Notícia: Estudo revela avanços no diagnóstico das hepatites virais no Paraná

Publicado em 29 de jul. de 2015

Estudo revela avanços no diagnóstico das hepatites virais no Paraná


O estudo aponta uma melhoria na taxa de detecção de novas ocorrências, sobretudo em relação às hepatites B e C.
Estudo revela avanços no diagnóstico das hepatites virais no Paraná

No Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, lembrado nesta terça-feira (28), a Secretaria Estadual da Saúde lançou o primeiro boletim epidemiológico sobre a situação da doença no Paraná. O estudo leva em conta o perfil dos casos registrados entre os anos de 2007 e 2013 e aponta uma melhoria na taxa de detecção de novas ocorrências, sobretudo em relação às hepatites B e C.

Segundo o secretário estadual da Saúde em exercício, Sezifredo Paz, o aumento no número de casos notificados não significa que a doença esteja avançando no Estado. “O que acontece é que ampliamos a oferta de testes rápidos, melhorando o acesso ao diagnóstico precoce. Hoje, todos os municípios do Paraná têm profissionais capacitados para realizar o exame, que é simples, rápido e confiável”, destacou.

O boletim epidemiológico foi lançado durante a abertura do Seminário Estadual de Combate às Hepatites Virais, realizado em Curitiba. O evento reuniu gestores e profissionais de saúde de todo o Estado para tratar sobre as novas alternativas disponíveis para o diagnóstico e tratamento da doença.

Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Eliane Chomatas, o documento é um importante instrumento para subsidiar as ações das equipes, tanto da rede pública quanto da rede privada. “Agora, anualmente, todos terão acesso a informações úteis sobre o comportamento da doença em cada região. Isso possibilitará que os serviços de saúde fiquem mais atentos aos casos suspeitos vindos de regiões com um número considerável de casos”, afirmou.

DOENÇA – Atualmente, as hepatites virais são a principal causa relacionada a pacientes na fila de espera por transplante de fígado no país. A preocupação é maior com os tipos B e C, que geralmente se desenvolvem na forma crônica e silenciosa, podendo não apresentar sintomas por até 20 anos. Muitas vezes as pessoas só descobrem que têm a doença ao doar sangue ou ser submetido a algum procedimento cirúrgico.

De acordo com o estudo apresentado hoje, em 2007 foram notificados no Paraná 1.538 casos de hepatite B. Seis anos depois, foram 1.821 registros, um crescimento de 18%. Já em relação à hepatite C, o aumento foi de 17% – passou de 806, em 2007, para 948 em 2013.

Quanto à hepatite A, o boletim revela uma queda significativa no número de casos. Constatou-se uma redução de 94%, caindo de 1.409 ocorrências (2007) para 84 (2013). “Tudo isso é fruto da melhoria nas ações de prevenção. Como a transmissão da hepatite A está ligada a questões de higiene e saneamento básico, os investimentos realizados nesta área permitiram que controlássemos a doença”, explicou o chefe da Divisão de DST/AIDS e Hepatites Virais da Secretaria da Saúde, Francisco Santos.

VACINA – Outra forma eficaz de prevenir as hepatites é a vacinação, oferecida gratuitamente na rede pública. Contra o vírus do tipo A, a dose está disponível para crianças com idade entre um e dois anos incompletos. Já contra o vírus tipo B, a vacina é ofertada para todas as pessoas de até 49 anos.

Também têm direito à vacina contra a hepatite B aquelas pessoas que fazem parte de determinados grupos de risco, independente da idade: manicures, pedicures, podólogos, tatuadores, caminhoneiros, bombeiros, policiais (civis, militares e rodoviários), doadores de sangue, profissionais do sexo, coletores de lixo, entre outros. “São indivíduos que estão mais expostos a uma infecção acidental e por isso precisam estar protegidos. No Paraná, quase 80% da população está apta a receber as doses gratuitas”, explica o coordenador estadual de Imunização, João Luis Crivellaro, lembrando que para a hepatite C ainda não existe vacina.

TESTES – Desde 2011, mais de cinco mil profissionais de saúde da rede pública foram treinados para oferecer o teste rápido da Hepatite em unidades de saúde, prontos socorros e hospitais de referência. O exame também pode ser realizado em praças e eventos, o que facilita ainda mais a adesão da população.

Nesta semana, uma série de ações estão programadas para alertar os paranaenses sobre a prevenção, diagnóstico, sintomas e tratamento da doença no Estado. Em Curitiba, o governo estadual, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), vai montar uma tenda na Praça Rui Barbosa para distribuir materiais educativos e oferecer testes rápidos gratuitamente. A ação acontece nesta quarta (29), das 9h às 16h30.

Veja as formas de transmissão, prevenção e sintomas de cada hepatite viral:

Hepatite A 
Transmissão: pode ser adquirida pela água ou alimentos contaminados, mãos mal-lavadas ou sujas de fezes e por objetos contaminados. 

Prevenção: Manutenção de medidas de higiene pessoal, saneamento básico de qualidade e cuidado no preparo de alimentos. Além disso, também existe a vacinação de crianças com idade entre um e dois anos incompletos.

Sintomas: icterícia (aparência amarelada), diarreia, fezes esbranquiçadas, urina escura, enjoo, vômitos, perda de apetite, mal-estar, fraqueza, febre e dor abdominal.

Hepatite B e C
Transmissão: ocorre pela relação sexual, contato com sangue infectado ou de forma vertical – de mãe para o filho durante o parto.

Prevenção: utilizar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal (escova de dentes, lâminas de barbear, cortador de unha, alicates e objetos perfurocortantes), para uso de drogas ou para colocação de piercings e tatuagens. Para hepatite B, a vacina também está disponível na rede pública para pessoas com até 49 anos e determinados grupos de risco.

Sintomas: são semelhantes aos da hepatite A, mas nem sempre se manifestam. Icterícia (aparência amarelada), diarreia, fezes esbranquiçadas, urina escura, enjoo, vômitos, perda de apetite, mal-estar, fraqueza, febre e dor abdominal.





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