O Ministério da Saúde confirmou na quinta-feira (14) a circulação do zika vírus no país, novo vírus transmitido pelo mesmo vetor da dengue e até então inédito no país. Ao todo, 16 casos já foram confirmados. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, oito casos são de pacientes de Camaçari, na Bahia. Os demais casos foram confirmados a partir da análise de exames de pacientes que vivem em cidades do Rio Grande do Norte. O número, no entanto, pode ser ainda maior, já que outros 1.200 casos, a maioria no Nordeste, ainda estão sendo investigados. A possibilidade de circulação do zika vírus já havia sido descoberta por pesquisadores da UFBA (Universidade Federal da Bahia) que investigavam casos de uma "doença misteriosa" no Nordeste, conforme a Folha de S.Paulo divulgou no início de maio.
A suspeita é que o vírus tenha chegado ao Brasil com turistas na Copa do Mundo. Para o ministro, a confirmação da entrada do zika vírus no país, no entanto, "não preocupa". "É uma doença benigna e que tem cura. A nossa preocupação é a dengue, porque a dengue mata", disse. Segundo Chioro, parte dos casos já classificados como dengue no Nordeste devem ter seus exames revistos para que não sejam confundidos com o zika vírus, afirma. Isso ocorre porque as duas doenças, assim como outra "prima da dengue", a chikungunya, têm alguns dos sintomas parecidos. Em geral, o zika vírus se caracteriza por manchas nos corpo, coceira, febre baixa, além de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações. Em alguns casos, pacientes também apresentam vermelhidão nos olhos, sem, contudo, ter secreção ou coceira.
A doença leva cerca de quatro dias para se manifestar. Os sintomas persistem por até sete dias. A maioria dos pacientes contaminados, no entanto, não apresenta sinais da doença, de acordo com o Ministério da Saúde. A estimativa é que apenas 18% das pessoas que têm contato com o vírus apresentem sintomas. Assim como a dengue, ainda não há remédio específico para o zika vírus.
O tratamento é sintomático e baseado no uso de medicamentos para febre e dor, conforme a orientação médica. O uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias não é indicado, devido ao risco aumentado de complicações, afirma o Ministério da Saúde.
Créditos da Notícia: FOLHAPRESS