Notícia: Paraná quer ampliar taxa de cura da tuberculose

Publicado em 24 de mar. de 2015

Paraná quer ampliar taxa de cura da tuberculose


O Estado registra em média 2,5 mil casos novos de tuberculose todos os anos
Paraná quer ampliar taxa de cura da tuberculose

Muita gente não sabe, mas o Paraná registra em média 2,5 mil casos novos de tuberculose todos os anos. Deste número, 75% das pessoas são curadas após o tratamento, mas este índice ainda está longe do ideal. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que a taxa de cura chegue a no mínimo 85% do total de casos novos registrados.

De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, ampliar a taxa de cura significa também reduzir o número de mortes causadas pela doença. “O tratamento da tuberculose dura seis meses e, para o paciente ficar curado, não pode ser interrompido. Por isso, é importante que profissionais de saúde e população entendam a gravidade da doença”, explicou. Depois de 15 dias tomando o medicamento corretamente a pessoa infectada não transmite mais a tuberculose.

Para melhorar esses indicadores e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, a Secretaria Estadual da Saúde lança nesta terça-feira (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, uma campanha educativa voltada para profissionais de saúde e população em geral. Com peças em diferentes formatos, como cartaz, leque, marcador de página e postagens para redes sociais, a campanha chama a atenção para o principal sintoma de alerta da tuberculose: a tosse por três semanas ou mais.

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Eliane Chomatas, a intenção é lembrar que a tuberculose é uma doença grave e que o diagnóstico tardio pode levar à morte. “Não podemos deixar que a tuberculose seja esquecida, por isso temos que reforçar a detecção precoce de casos com o apoio das equipes das unidades de saúde e serviços de emergência. A doença ainda circula no Estado e é responsável por mais de 300 mortes anualmente”, disse.

O diagnóstico da tuberculose é feito através de exames (baciloscopia e cultura para BAAR) disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. Por isso, se a pessoa apresentar tosse por 21 dias ou mais, a orientação é que ela procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa e alerte a equipe sobre o sintoma.

Em grupos específicos, como crianças, idosos, pessoas institucionalizadas, população privada de liberdade, moradores em situação de rua, indígenas e população vivendo com HIV/Aids, a atenção deve ser redobrada. Para este público, 14 dias de tosse já é um sinal de alarme para tuberculose.

Tratamento

Caso a doença seja detectada nos exames da unidade de saúde, o paciente é encaminhado imediatamente para iniciar o tratamento. Ele consiste na administração diária de uma série de medicamentos que podem curar completamente a doença após seis meses de tratamento.

A coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose, Betina Alcântara Gabardo, afirma que o tratamento exige o compromisso do paciente em tomar os medicamentos todos os dias, nos horários recomendados. “Se o tratamento for interrompido ou não realizado diariamente, o bacilo causador da doença pode ficar mais resistente aos medicamentos e período de acompanhamento pode se estender até dois anos”, ressaltou. 

No Paraná, 72% dos pacientes com tuberculose são submetidos ao tratamento diretamente observado (TDO), uma estratégia que melhora os índices de cura da doença e reduz as chances de abandono do tratamento. Nesta modalidade, todos os dias um profissional de saúde observa a administração dos medicamentos, criando um vínculo e aumentando o acolhimento do paciente.

Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que 8% dos pacientes do Paraná ainda deixam de tomar os medicamentos durante o tratamento. A meta é fazer com que este índice fique pelo menos abaixo de 5%.

A continuidade do tratamento também protege os familiares e demais pessoas que convivem com o paciente com tuberculose. O risco de infecção para os chamados contatos é grande, visto que a pessoa está exposta diretamente à transmissão vivendo com um doente sem tratamento. 

Trasmissão

Na maioria dos casos, a tuberculose é transmitida por vias aéreas. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contaminadas expelidas pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa doente. A prevenção se dá pela manutenção dos ambientes sempre arejados, com boa ventilação, além do tratamento adequado da pessoa com tuberculose. Os principais sintomas são febre ao final do dia, tosse, fraqueza, cansaço e perda de peso.

Fonte: Secretaria de Saúde do Paraná



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