Comprar remédio sem prescrição médica é comum no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, quase 60 mil casos de internações por automedicação foram registrados no país. Nesta terça-feira (20) é comemorado do Dia do Farmacêutico, profissional que tem, entre outras atribuições, a de evitar a automedicação.
Segundo o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge, o paciente deve sempre procurar um farmacêutico para se certificar do remédio que está levando, caso não precise de receita.
A automedicação pode trazer consequências graves para a saúde, como reações alérgicas e dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode aumentar a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia dos remédios.
A contadora Marcela Monte, de 33 anos, admite que compra remédios sem antes passar por consulta médica. "Para dor de cabeça, gripe, resfriados eu mesmo compro por minha conta o que acho que tem melhor efeito em meu organismo. Só vou ao médico em casos mais graves ou com as crianças."
Mãe de duas filhas, ela sabe que a prática é um erro. "Não sofri nenhum efeito colateral e melhorei o que estava sentindo, então considero que não fez mal. Mas não fico trocando de medicamento, comprando qualquer que ouço falar."
"O farmacêutico está perfeitamente amparado, respaldado, para prescrever medicamentos que não exijam receita médica. O paciente que chegar à farmácia deve consultar o farmacêutico, que se inteira do problema. Se for um transtorno menor - diarreia, dor de cabeça, quadro febril - o farmacêutico pode indicar medicamento que não exige prescrição médica. Se for mais grave, é papel dele encaminhar esse paciente para um médico", afirma Walter Jorge.
Segundo o farmacêutico, é função dele orientar o paciente sobre o uso correto do medicamento e verificar o quadro de saúde, como medir a pressão arterial, a febre ou recomendar o teste de glicose. Ele diz ainda que o profissional pode ser punido caso venda sem receita remédios que necessitem de prescrição médica.
"Essa é uma situação de responsabilidade profissional. Identificado o fato, há um processo a ser seguido, com direito a defesa, tudo que um processo ético exige. O profissional pode sofrer uma advertência pública, suspensão do exercício profissional e até cassação do diploma e pagamento de multa", informa.
A Agência Brasil procurou o Conselho Federal de Medicina para a informação a declaração de Walter da Silva Jorge de que farmacêuticos podem prescrever medicamentos não tarjados, mas não obteve resposta.
Fonte: UOL