Tomar qualquer medicamento sem prescrição médica é perigoso. Mas, no caso dos antibióticos, o risco é ainda maior: a utilização irracional desses remédios aumenta muito a possibilidade de surgirem bactérias resistentes. Para esclarecer a população sobre a importância do uso consciente dessas drogas, o laboratório GSK lançou a campanha “Com antibiótico não se brinca. Respeite sua receita”, que conta com o apoio da apresentadora Astrid Fontenelle.
— Infelizmente, ainda é comum o uso de antibióticos sem receita, principalmente fora dos grandes centros e na venda em farmácias pequenas, que, muitas vezes, não são fiscalizadas como deveriam — diz o professor de infectologia Edimilson Migowski, diretor geral do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e outro apoiador da campanha.
Segundo o médico, as bactérias resistentes fazem com que o medicamento tomado hoje não seja mais suficiente para combater a mesma infecção no futuro:
— O antibiótico deve ser prescrito pelo médico, que vai saber a dose correta, a frequência com que ele deve ser administrado e para qual tipo de infecção ele é indicado. Não é o fato de ter uma infecção de garganta hoje e outra daqui a dois meses que o antibiótico vai ser o mesmo.
Só contra bactérias
Antibióticos são indicados apenas para tratar infecções causadas por bactérias. “Só o médico pode fazer a distinção de que doença é viral ou bacteriana. Por isso, quando se trata de antibióticos, ele deve ser ouvido sempre”, ressalta Edimilson Migowski. Para infecções bacterianas na cavidade oral, o dentista pode indicar o remédio certo.
Resistência
Como as bactérias lutam para não serem eliminadas pela droga, elas criam estratégias de sobrevivência, aproveitando-se de deslizes como não tomar o remédio na hora correta e parar o tratamento antes do período recomendado. Isso permite que o micro-organismo entenda o mecanismo de ação do antibiótico e crie resistência.
Armazenamento
Depois de reconstituídos com água, antibióticos em pó devem ser mantidos em local seco e fresco (como a parte de baixo da geladeira). É essencial evitar temperaturas muito altas ou muito baixas, para que o remédio mantenha a estabilidade por algum tempo. No entanto, isso não autoriza o uso das sobras do medicamento passadas algumas semanas ou o compartilhamento delas com outra pessoa doente.
Segurança
A única forma de assegurar a eficácia do tratamento e o bem-estar do paciente é seguir a receita sem alterar o medicamento ou interromper a administração.
Fonte: O Globo