Notícia: Vacinação contra HPV não atinge meta no PR

Publicado em 13 de out. de 2014

Vacinação contra HPV não atinge meta no PR


Para completar a proteção contra o vírus, a adolescente precisa tomar três doses da vacina
Vacinação contra HPV não atinge meta no PR

A nova etapa de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que começou em setembro deste ano em todo o Brasil, está aquém do esperado no Paraná. Apenas 35 mil meninas de 11 a 13 anos, público-alvo da campanha, tomaram a segunda dose da vacina. Isso representa 13% das 257,5 mil garotas nessa faixa etária que vivem no estado, segundo estimativas da Secretária Estadual de Saúde. O órgão esperava atingir pelo menos 40% em outubro.
 
O impacto dessa etapa é menor, de acordo com João Luís Gallego Crivellaro, coor­denador do Programa de Imunização da Secretária Estadual de Saúde, porque as escolas não estão participando da campanha. “Na distribuição da primeira dose, em março, a rede de ensino esteve presente. Dessa vez optamos apenas pelos postos de saúde porque era momento político e não queríamos misturar vacinação com isso”, relata. No Paraná, a vacina está disponível em todas as 2,2 mil unidades de saúde.
 
Tríade
 
Para completar a proteção contra o HPV, a adolescente precisa tomar as três doses. Além das duas que começaram a ser oferecidas neste ano, é necessário tomar uma terceira, prevista para ser aplicada cinco anos após a primeira. O Papiloma Vírus Humano é sexualmente transmissível e pode provocar câncer de colo de útero, terceiro tipo da doença que mais afeta as mulheres. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), quase 16 mil brasileiras serão afetadas em 2014.
 
A vacina, no entanto, é apenas uma das estratégias contra o HPV, diz Juliane Oliveira, diretora do Departamento de Epidemiologia da Secretária Municipal da Saúde. “A aplicação dela é só uma das formas de se combater a transmissão. Ao longo da vida deve ser feito uso de preservativo e o exame preventivo”, relata.
 
A agente educacional Ma­rilene Andruvinsk, de 43 anos, levou sua filha Gabriela Dias de Oliveira, que completou 14 anos em 2014, para tomar a vacina. “Vi a campanha e sei da importância de se proteger contra o vírus. Em casa sempre conversamos sobre questões relacionadas a sexo. Comigo não tem tabu, não. A Gabriela inclusive já vai para o ginecologista”, conta.
 
A vacina é boa e segura, garante Crivellaro, da Secretária Estadual de Saúde. “Podem ocorrer alguns eventos leves, como inchaço, dor no local da aplicação e, em casos raros, febre e dor de cabeça. Não é nada comparado aos perigos do câncer”, relata.
 
Curitiba
 
Na capital paranaense, 26% das 40 mil adolescentes com idade entre 11 e 13 anos tomaram a segunda dose. “O número está dentro do esperado. Até o fim do ano esperamos atingir 80%”, relata Juliane. Ela ressalta, também, que quem não tomou a primeira dose pode solicitá-­la em uma das 109 unidades de saúde da capital, já que entrou para o calendário vacinal. “Basta mostrar a carteirinha.”
 
Brasil
 
Neste primeiro ano de vacinação, o Sistema Único de Saúde adquiriu 15 milhões de doses. Desde março, quando o governo iniciou a imunização, 4,3 milhões de adolescentes receberam a primeira dose, o que representa 87,3% do público-alvo. Já a segunda dose atingiu apenas 24% das meninas.
 
A vacina oferecida é a quadrivalente, que protege contra quatro subtipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. Os subtipos 16 e 18, de acordo com o Ministério, são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero; já o 6 e o 11, por 90% das verrugas anogenitais.
 
 
Fonte: Gazeta do Povo



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