Notícia: Nova vacina previne quatro tipos de meningite

Publicado em 12 de set. de 2014

Nova vacina previne quatro tipos de meningite


Anvisa aprovou nova vacina que protegerá todas as idades de doença meningocócica
Nova vacina previne quatro tipos de meningite

Uma nova vacina conjugada para a prevenção da meningite dos tipos A, C, W e Y, com uma dose a partir dos 12 meses de vida e sem limite de idade, acaba de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na rede privada já há uma disponível para esses sorogrupos, mas ela é indicada apenas a partir dos 2 anos de idade.
 
O estudo clínico com crianças entre 12 e 23 meses de idade revelou eficácia de 99,7% da vacina para os sorogrupos A e C e de 100% para os sorogrupos Y e W-135. Os resultados também indicaram que a resposta imune se manteve alta após dois anos de vacinação para todos os sorogrupos.

— Os dados sobre a necessidade de renovação ainda não são conclusivos. Sabemos somente que, quanto mais tardia é a vacinação, pior — afirmou o pediatra Marco Aurélio Sáfadi.

A bactéria causadora da doença é transmitida pela secreção respiratória — ou seja, gotículas de saliva, espirro, tosse — e tem uma incubação muito rápida. Entre as possíveis consequências estão a surdez e a epilepsia. Em casos mais graves, o mal pode até ser fatal.

Sáfadi alerta que a prevenção pela aplicação da vacina deve ser iniciada o mais precocemente possível, já que a maior taxa de incidência é nas crianças, pela ausência de anticorpos.

Outros grupos que correm grande risco são os adolescentes — por estarem mais sujeitos a frequentar locais com grande aglomeração e por terem mais probabilidade de beijar na boca —, além de pessoas com problemas no sistema imune, como portadores de HIV e diabéticos.
 
Mas, para o pediatra, a principal vantagem da nova vacina é que ela oferece a possibilidade de expandir a proteção da doença meningogócica para todas as idades.

Viajantes Aumentam Circulação

No Brasil, 83% dos casos de meningite são decorrentes dos sorogrupos A, C, W e Y. De acordo com Sáfadi, que acompanhou os estudos e será responsável por dar a aula de apresentação da vacina aos médicos, o tipo C é o que mais tem casos registrados no Brasil. O tipo A não circula no momento, embora tenha havido épocas de incidência significativa. Já o W o e Y correspondem a cerca de 10% dos casos. Em 2012 foram notificados 21.321 casos de doença meningocócica pelo Ministério da Saúde.

— Também há que considerar o fator dos viajantes, já que, na Argentina e no Chile, o W é o responsável por 60% dos casos, ou seja,trata-se de um patógeno importante nesses países — explicou Sáfadi.

Nesse sentido, o diretor médico de Pesquisa e Desenvolvimento da área de vacinas da GSK Brasil — laboratório responsável pela novidade —, Rômulo Colindres, lembra que o país tem sediado grandes eventos internacionais e, num futuro próximo, irá receber as Olimpíadas, o que aumenta o risco da circulação local da bactéria. Assim, torna-se mais relevante prevenir a doença em diversos grupos etários.

No mercado europeu desde 2012, a vacina ainda aguarda aprovação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos ( CMED) quanto ao preço para a comercialização no país. Segundo Sáfadi, a vacina — que não teria apresentado eventos adversos importantes — já deve estar disponível na rede privada no próximo mês, “após alguns detalhes burocráticos”. Para a rede pública, ainda não há previsão de entrada no calendário de vacinação.

— Ela passa a ser potencialmente considerada a partir do momento em que a epidemiologia mostra que esses sorogrupos se tornaram causas importantes da doença — explicou.

Febre e Confusão Mental

Desde 2010, a vacina contra a meningite C já se encontra no calendário público de vacinação. Os sintomas são fortes dores de cabeça, febre alta, pescoço rígido, confusão mental, dificuldade de concentração e mal-estar. Já nas crianças, que ainda não têm muita capacidade de expressão, os pais devem ficar atentos a gemência, irritabilidade, vômito e abaulamento da fontanela (aumento da moleira nos bebês).
 
 
Fonte: CFF


Fonte: CFF

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