Notícia: Saúde inclui medicamento para infarto no SAMU

Publicado em 4 de ago. de 2014

Saúde inclui medicamento para infarto no SAMU


Ação inédita poderá salvar e deixar sem sequelas até 8.368 pessoas vítimas de infarto por ano
Saúde inclui medicamento para infarto no SAMU

As vítimas de infarto socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) terão mais chances de sobreviver e ficar sem sequelas, com a inclusão de um novo medicamento nas ambulâncias do serviço. A portaria que estabelece a inserção do trombolítico foi assinada nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o IV Congresso Nacional do SAMU. A estimativa é de que a incorporação reduza em 17% o número de óbitos por infarto. A portaria também prevê recursos financeiros para os municípios que aderirem à ação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em 2012, 84.157 mortes e 59.510 internações por infarto agudo do miocárdio. A expectativa é que, com o medicamento, o SAMU possa salvar até 8.368 pessoas por ano.
Com a portaria, o Ministério irá repassar o recurso para que os municípios realizem a aquisição. O impacto da demanda no orçamento, tendo em vista os preços de mercado do trombolítico, seria de até R$ 19,6 milhões. No entanto, a negociação do Ministério da Saúde com a única farmacêutica fabricante medicamento permitiu uma redução de até 57%, ou seja, para R$ 8,5 milhões.

“Esse é um ganho importante para o serviço de urgência porque as doenças do aparelho cardiovascular são as que mais matam brasileiros hoje. Então, ter esse medicamento disponível representa a diferença entre a vida e a morte e melhora o prognóstico dos pacientes infartados que terão uma melhor qualidade de vida e menos sequelas”, enfatizou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

O trombolítico estará disponível nos veículos que dispõem de Suporte Avançado de Vida e que dispõe de profissional médico capacitado para realização da trombólise. São elas a Unidade de Suporte Avançado Terrestre (USA), a equipe embarcação e a equipe aeromédico.

Para ter acesso ao recurso, está a indicação pelo município de leitos de terapia intensiva (UTI tipo II ou III) e leitos habilitados como Unidade Coronariana, além de referenciar um estabelecimento habilitado em procedimentos de hemodinâmica. Também deve ser informado que os profissionais do SAMU da localidade foram especificamente capacitados para a administração do trombolítico.

TROMBOLÍTICO – No infarto, a artéria que irriga o coração fica obstruída. Com isso, o sangue não consegue levar oxigênio para o coração e o músculo cardíaco entra em necrose (morre), causando o infarto e podendo ocasionar uma parada cardíaca. O medicamento trombolítico desfaz a obstrução e a circulação no coração volta a acontecer, interrompendo o infarto.

Os pacientes poderão ter o tratamento já na ambulância, uma vez que o trombolítico é de fácil e rápida administração no veículo – apenas uma ampola é suficiente. Além disso, o uso precoce do medicamento reduz as chances de o infartado apresentar sequelas como a insuficiência cardíaca, que obriga o paciente a tomar medicamentos por toda a vida. Ou seja, além do benefício à população, a medida diminui o valor gasto com a compra de medicamentos que seriam utilizados em casos com sequelas.


AVANÇOS – Há dez anos, o SAMU contava com 31 Centrais de Regulação das Urgências, cobria 25,8 milhões de habitantes e contava com 392 veículos. Hoje, o serviço tem 185 Centrais de Regulação das Urgências, atende 149,9 milhões de pessoas e possui 3.181 unidades móveis.

De 2004 a junho deste ano, o Ministério da Saúde investiu R$ 925,7 milhões na compra de mais de seis mil veículos para o SAMU. Desde a criação do serviço, o governo federal investiu ainda R$ 64,7 milhões para estruturação física e tecnológica das Centrais de Regulação das Urgências.
“O SAMU é das políticas públicas mais exitosas porque em 10 anos conseguiu atingir a marca de 150 milhões de brasileiros atendidos pelo serviço em todo o país”, avaliou o ministro.

MELHORIAS – Nos últimos anos, o Ministério da Saúde também tem promovido uma série de melhorias no atendimento à população. Uma delas é a implementação das ambulâncias 4x4 em 2012. Essas unidades são capazes de atuar em localidades de difícil acesso e regiões onde houve acidentes naturais, como enchentes. Até o momento, foram adquiridos e doados 400 veículos.

Outro aperfeiçoamento recente foi o aumento do valor de custeio repassado para os municípios, pro meio da portaria 1.473, de julho de 2013. Além disso, teve início neste ano o monitoramento da produção do SAMU 192 no Brasil. Com isso, foi possível observar que, de janeiro a maio, as 185 Centrais de Regulação das Urgências receberam 2,4 milhões de ligações de indivíduos com alguma necessidade em saúde.

Fonte: Luís Felipe Sardenberg, da Agência Saúde




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