Notícia: Superbactéria é identificada em paciente brasileiro

Publicado em 23 de abr. de 2014

Superbactéria é identificada em paciente brasileiro


Superbactéria foi encontrada no sangue de um paciente internado no Hospital das Clínicas de São Paulo
Superbactéria é identificada em paciente brasileiro

Uma superbactéria inédita no mundo foi encontrada no sangue de um paciente internado no Hospital das Clínicas de São Paulo e colocou a comunidade científica internacional em alerta.

O microrganismo é de uma classe já conhecida, mas tem características que o tornam único: a capacidade de infectar pessoas saudáveis, fora do hospital, e um alto nível de resistência aos antibióticos mais usados para tratar infecções severas.


O artigo com a descrição do caso foi publicado na semana passada na revista "New England Journal of Medicine". O trabalho reuniu pesquisadores brasileiros, americanos e europeus.

A bactéria estava alojada em um homem de 35 anos internado no HC, com micose fungoide (o tipo mais frequente de linfoma cutâneo). Também era diabético e dependente químico.

Segundo a médica Flávia Rossi, diretora do laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas e também uma das autoras do artigo, o homem começou a apresentar muitas infecções na pele e depois no sangue.

A superbactéria foi isolada em uma das análises de rotina do laboratório. Além da resistência incomum, a equipe do HC percebeu que ela tinha um padrão diferente das que já estão descritas.

O material foi enviado então ao grupo de Arias, no Texas, onde foi feita uma investigação molecular detalhada.

A infecção causada pela superbactéria foi debelada com um antibiótico mais potente (bactemicina), mas, debilitado, o homem morreu três meses depois, de pneumonia.

Segundo Flávia, como o microrganismo não infectou outros pacientes, não há risco imediato e nem motivo para alarde. No entanto, reforça a médica, é preciso intensificar a vigilância, especialmente dentro dos hospitais.
Para ela, com o alerta mundial, novos estudos de vigilância microbiológica serão feitos. "Precisamos entender melhor a genética dessa bactéria e monitorá-la de perto."

Fonte: Folha Press



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