O Ministério da Saúde lançou, na sexta-feira, consulta pública com uma proposta de protocolo de tratamento contra o HIV voltado para crianças e jovens de até 13 anos.
Há três modificações no que, atualmente, é a recomendação do governo para tratar o vírus nessa faixa etária, segundo Fábio Mesquita, diretor do departamento de DST, Aids e hepatites virais.
Para bebês de até um mês de idade, passa a ser indicado o uso do AZT por quatro semanas (e não mais seis), como forma de reduzir a toxicidade da droga. "O protocolo quer incorporar tudo o que a ciência demonstrou, nos últimos anos, ser mais efetivo e menos tóxico", diz ele.
Pela proposta da Saúde, bebês dessa mesma faixa etária cujas mães não tenham recebido antirretrovirais durante a gestação passarão a usar, combinado ao AZT, uma segunda droga: a nevirapina.
A outra mudança proposta é na forma de indicação do tratamento para crianças entre 1 e 5 anos. Para esse grupo, o tratamento passa a ser indicado quando a carga viral superar 100 mil cópias/ml.
"Antes você tratava todo mundo e considerava o parâmetro do CD4 células de defesa, que indicam o funcionamento do sistema imunológico proporcional, considerava peso e idade. Mas a gente foi vendo que isso não dava segurança", explica.
A consulta pública receberá sugestões por 30 dias, e passará a valer após ser consolidada em uma portaria do ministério. Mesquita explica que é a primeira vez que o governo elabora um protocolo de tratamento desta vez para crianças e, em dezembro passado, para adultos. Antes, o que havia era uma espécie de recomendação do governo.
Segundo ele, o protocolo reduz a flexibilidade na hora da prescrição, pois o sistema passa a liberar a distribuição da droga seguindo os critérios postos.