O Ministério da Saúde divulgou no último dia 19 de outubro, a implementação de um novo teste de tuberculose, o Genexpert. Também feito a partir da amostra de escarro — como a análise laboratorial já existente — o novo exame apresenta vantagens como rapidez no resultado, precisão do diagnóstico e menor risco de contágio.
O teste tradicional, da baciloscopia de escarro, precisa de 24 horas para apresentar o resultado, enquanto o Genexpert fica pronto em apenas duas horas e apresenta precisão de 92,5% na sensibilidade do diagnóstico e 99%, na especificidade; enquanto a baciloscopia de escarro necessita de 60 dias para analisar a cultura de identificação de micobactérias e para o teste de sensibilidade, que visam identificar se o bacilo é ou não resistente à rifampicina (antibiótico normalmente indicado para o início do tratamento de tuberculose).
— O novo teste possibilita a agilidade do diagnóstico e, consequentemente, do tratamento, diminuindo os riscos de sequela e disseminação da doença. Outra grande vantagem é que esse exame, feito por uma máquina, é mais rápido, o que faz com que o profissional que está trabalhando com a amostra tenha menos contato e risco de contrair a doença. A alta precisão é outro diferencial. No exame tradicional, são necessários 42 dias para realizar o cultivo da bactéria e obter o diagnóstico de sensibilidade e especificidade, que não ultrapassam os 60% de precisão, tanto é que recomendamos recolher cerca de três a cinco amostras de escarro em dias diferentes. Com o novo teste, precisamos apenas de uma amostra e conseguimos um índice de 92,5% de precisão da sensibilidade do diagnóstico e 99% da especificidade, o que diminui a possibilidade de um falso positivo — enumera o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O estudo para o novo exame começou a ser feito em fevereiro deste ano e os testes foram realizados por 13.307 pessoas, em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro. Com 14,2% de resultados positivos, o exame obteve boa aceitação entre os profissionais de saúde.
— Essa é uma grande inovação tecnológica em escala — diz o ministro, que conta que o Genexpert foi desenvolvido por uma empresa americana e é uma parceria do Ministério da Saúde Brasileiro com a Fundação Bill & Melinda Gates. — O estudo recebeu um investimentos de US$ 1,8 milhão e a nossa expectativa é que esta tecnologia seja implantada no SUS, no 2º semestre do próximo ano.
Mesmo com 71.337 casos de tuberculose registrados em 2011, manteve-se a tendência de queda da taxa de incidência, quando comparada com o ano de 1990. O Saúde Brasil/2012 aponta uma queda média da taxa de incidência de 1,3% anualmente, entre 2001 e 2011, totalizando 37,1/100 mil habitantes. O número aproximado de óbitos nesse período foi de 4.600.
Em 2011, o Brasil conquistou o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde no alcance do Objetivo do Milênio no controle da tuberculose. A meta alcançada estipulava a reversão da incidência e da mortalidade da tuberculose até 2015, porém, no ano passado, a OMS reconheceu que a meta foi atingida quatro anos antes do previsto, uma vez que o país apresentou uma redução de 50% na taxa de mortalidade.
Fonte; Site o Globo