A pesquisa é denominada
Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), tem como objetivo conhecer as condições de saúde dos usuários do
sistema de saúde pública, o SUS, e a forma de acesso aos medicamentos por esta população. Além disso, levará em conta as variáveis demográficas, sociais, estilo de vida e morbidade dos participantes.
Essa pesquisa é coordenada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e está dividida em dois componentes, intitulados de inquérito e serviço.
O primeiro componente, inquérito, abrangerá 35 mil residências de 300 municípios brasileiros, localizados em todos os estados do Brasil. O segundo componente, serviço, será a parte da pesquisa com os profissionais de saúde e coordenadores da assistência farmacêutica, totalizando quatro mil entrevistados. Neste componente, as informações analisadas serão sobre o atendimento prestado, desde a prescrição e retirada do medicamento até o acompanhamento da terapia medicamentosa nas unidades de saúde.
As entrevistas deverão iniciar em novembro deste ano com previsão para sua finalização em três meses. A divulgação dos dados está prevista para final de 2013.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sotero Serrate Mengue, explica que a pesquisa permitirá identificar o que as pessoas precisam de fato. Por isso a investigação se faz importante, pois espera-se conhecer se o problema é a falta de medicamentos para atender as necessidades das pessoas ou se é preciso "criar uma política pública para ajudar a prescrição e o uso racional" dos medicamentos disponíveis à população. Esse objetivo compreende ao primeiro componente da pesquisa.
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, complementa que "a pesquisa vai nos ajudar a fortalecer a política de
assistência farmacêutica no país e seus resultados irão permitir um melhor direcionamento das ações, garantindo cobertura mais ampla e eficaz dos medicamentos fornecidos pelo SUS”.
A coordenadora do segundo componente da pesquisa, Elza Machado de Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais explica que as variáveis vão "mostrar que tipo de assistência existe nas diferentes comunidades", assim poderão ser identificados quais "fatores atuam, piorando ou melhorando o acesso aos medicamentos".
O Brasil é um dos 10 países que mais comercializam medicamentos e, por ano, o Ministério investe cerca de R$ 9 bilhões na aquisição de medicamentos para distribuição pelo SUS. Deste modo, a expectativa é que a pesquisa produza informações que permitam reformular as políticas públicas farmacêuticas e aplicar o investimento de forma a atender aos princípios e diretrizes do SUS.
