O medicamento penetra em todas as camadas da pele e “desliga” genes específicos, responsáveis pelo surgimento dos tumores. Os genes normais, que não têm ligação com o câncer, são poupados. Segundo os autores, esse é o primeiro creme capaz de conduzir tratamentos genéticos nas células das camadas mais internas da pele.
Fazer com que o efeito atinja essas áreas mais profundas é complicado, pois a pele provém uma defesa natural contra agentes externos. Os autores da pesquisa conseguiram penetrar a pele com uma alteração química.
O RNA, agente usado no tratamento, normalmente não consegue entrar nas células devido ao seu formato linear. Nos laboratórios da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, os cientistas organizaram esse material em uma esfera, menor e mais densa que o normal, e conseguiram programar a sequência genética de forma a atacar os genes causadores do câncer.
“Isso nos permite tratar um problema de pele exatamente onde ele está se manifestando – na pele”, afirmou Amy Paller, uma das autoras do estudo. “Os riscos são minimizados, e até o momento não foram vistos efeitos colaterais em nossos modelos na pele humana e em camundongos”, afirmou.
O tratamento localizado serviria como uma forma de reduzir os efeitos colaterais. A quimioterapia, um dos tratamentos mais usados contra o câncer, provoca a queda de cabelos e debilita o sistema de defesa do corpo, por exemplo.