Nos últimos dois anos, importantes medicamentos, os considerados "blockbusters" (campões de venda) tiveram a patente vencida, casos do Viagra e Lipitor (combate o colesterol elevado), ambos da americana Pfizer. A expectativa é de que nos próximos anos, outros remédios importantes tenham suas versões genéricas no mercado.
Finotti acredita que entre os potenciais produtos que podem figurar nessa lista estão o esomeprazol, voltado para tratamento de úlcera gastrointestinal, cujo nome de referência é o Nexium, do laboratório Astrazeneca; o imatinib, usado para tratar certos tipos de câncer, como leucemia, comercializado pela Novartis como Gleevec (EUA) ou Glivec (Europa/Austrália), além do montelucaste, para tratar asma.
No ranking de genéricos mais vendidos por volume, os medicamentos de combate a dor em geral continuam na liderança. Esses produtos são mais baratos e de fácil giro. Segundo Finotti, o maior acesso da população à saúde faz com que esse segmento avance no país. "Esse setor ainda não chegou na sua maturidade no Brasil. Há muito espaço para crescer", afirmou.
O anti-hipertensivo losartana potássico liderou o ranking em receita no ano passado, com vendas no Brasil da ordem de US$ 265,758 milhões, enquanto a dipirona sódica, líder em volume, caiu para sétima posição em receita, movimentando US$ 121,036 milhões, de acordo com a Pró Genéricos, com base nos dados da consultoria IMS Health. As versões dos genéricos do Viagra, o citrato de sildenafila, movimentaram US$ 157,686 milhões no ano passado.
Os primeiros genéricos passaram a ser comercializados no Brasil a partir de 2001. No ano passado, as vendas do segmento genérico totalizaram US$ 5,266 bilhões, enquanto todo o setor farmacêutico faturou cerca de US$ 25,779 bilhões. Em faturamento, os genéricos encerraram o ano passado com a marca de 20,5% de participação no mercado brasileiro. A fatia pode mais do que dobrar nos próximos anos. Em países maduros, como nos Estados Unidos e na Europa, a participação total dos genéricos fica acima de 60%.
Neste primeiro trimestre, as vendas de medicamentos genéricos totalizaram 152,8 milhões de unidades, um aumento de 23,5% em relação aos primeiros três meses do ano passado. Com esse resultado, a participação destes medicamentos no total comercializado em volume no país ficou em 25,4%, marca histórica para o segmento, segundo a Pró Genéricos. No mesmo período do ano passado, a fatia foi de 22,7%. Em valor, a participação dos genéricos representou 21,4% no mercado brasileiro nos três primeiros meses de 2012, ante os 18,5% no mesmo período ano passado.
Fonte: Datamark