Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que 22,7% dos adultos brasileiros sofrem de pressão alta. A hipertensão aparece em 25,4% das mulheres e 19,5% dos homens. Os números foram publicados nesta quinta-feira (26), dia nacional de prevenção e combate à hipertensão.
Os resultados relativos a 2011 foram obtidos pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O levantamento, feito anualmente pelo ministério desde 2006, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos -- por telefone -- sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física. Em 2011 foram entrevistadas 54.144 pessoas de janeiro a dezembro.
Em 2006, quando a pesquisa começou a ser feita, 21,6% dos entrevistados afirmaram que tinham o diagnóstico de hipertensão. Segundo o Ministério da Saúde, a diferença de 1,1 ponto percentual em comparação a 2011 não é suficiente para representar estatisticamente uma tendência de crescimento.
A relação do problema com a idade fica muito nítida no recorte por faixa etária. Entre 18 e 24 anos, 5,4% dos entrevistados são hipertensos. Acima dos 65 anos, o número sobe para 59,7% da população.
Dentre as cidades onde a pesquisa foi feita, a com menos hipertensos foi Palmas, com 12,9% da população. Já o Rio de Janeiro registrou o maior número: 29,8%.
Outro fator importante é a escolaridade entre as mulheres. Entre as que estudaram oito anos ou menos, 34,4% têm hipertensão. O número cai para 14,2% entre as que estudaram 12 anos ou mais. Já entre os homens, as diferenças entre as faixas são pouco significativas.
Prevenção e tratamento
O Ministério da Saúde informou que 6,9 milhões de hipertensos já tiveram acesso a medicamentos gratuitos nas farmácias credenciadas no programa Saúde Não Tem Preço desde o lançamento, em fevereiro de 2011.
Outra iniciativa recente foi um acordo com a indústria alimentícia, firmado em 2011, para reduzir os níveis de sal em produtos como massas, pães e salgadinhos. O sódio presente no sal é considerado um dos principais fatores para elevar a pressão arterial. O fumo e o sedentarismo também aumentam o risco.
O diagnóstico de hipertensão vem quando a pressão fica igual ou maior que 14 por 9. Em longo prazo, pode sobrecarregar vários órgãos. Sem tratamento, ela pode causar outros problemas cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).